São Paulo – O Kuwait precisa desenvolver outros ramos de sua economia para reduzir sua dependência das receitas do petróleo, afirma relatório divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Para este ano, o crescimento do setor não petrolífero está projetado em 3%, valor considerado “modesto” pelo Fundo. Em 2014, o aumento deve chegar a 4,4% e, no médio prazo, pode alcançar 5%.
Segundo o Fundo, o crescimento dos demais setores este ano será puxado por uma combinação de um aumento contínuo do consumo doméstico, resultado de um aumento nos salários públicos ocorridos em 2012 e de um leve crescimento dos gastos governamentais.
O FMI lembra, no entanto, que o aumento nos salários do setor público desestimula os trabalhadores a procurarem emprego na iniciativa privada. “A criação de empregos pelo governo e os aumentos dos salários do setor público reduzem os incentivos para que os cidadãos trabalhem no setor privado”, destaca o documento.
“Da mesma forma, a alta conta dos subsídios reduz o espaço fiscal para investimentos sociais e de infraestrutura que são muito necessários. Os subsídios, particularmente para energia e combustíveis (que são mais de 6% do PIB), estimulam o consumo excessivo e isto precisa ser ajustado”, aponta o FMI.
O relatório aponta a importância de um plano para a criação de empregos no setor privado, incluindo programas de capacitação, melhoria na qualidade educacional, treinamento vocacional, promoção de treinamento para a força de trabalho feminina e estímulos ao empreendedorismo das mulheres. “O foco do governo em desenvolver pequenas e médias empresas tem o potencial de aumentar a diversificação econômica e gerar empregos.”
Para o FMI, o Kuwait deveria criar “zonas econômicas especiais” para aliviar a escassez de terrenos disponíveis para o setor privado. “A promoção de indústrias voltadas à exportação também apoiaria os esforços de diversificação. Um caminho para melhorar a diversificação das exportações seria fortalecer as vendas externas não petrolíferas e apoiar a entrada [das empresas] em mercados de novos produtos para gerar ganhos de produtividade. A indústria tem um forte potencial para criar um mix de vários bens comercializáveis e também há espaço para expandir o papel dos serviços”, ressalta o documento.


