São Paulo – O governo brasileiro arrecadou nesta sexta-feira (22) R$ 20,838 bilhões no leilão dos aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O lance mínimo para o terminal do Rio era de R$ 4,828 bilhões e para o de Belo Horizonte, de R$ 1,096 bilhão. O aeroporto do Rio de Janeiro foi leiloado por R$ 19,018 bilhões, um ágio de 293,91% sobre o valor inicial, e o de Confins foi repassado à iniciativa privada por R$ 1,82 bilhão, com 66% de ágio.
O consórcio Aeroportos do Futuro, que irá administrar o Galeão pelos próximos 25 anos, é formado pela Odebrecht (dona de 60% do negócio) e pela Excelente B.V., que tem como titular a empresa Changi, que administra o Aeroporto de Cingapura e recebeu diversos prêmios. Entre eles, o da consultoria inglesa Skytrax, que premia anualmente os melhores aeroportos e empresas aéreas do mundo. Neste ano, Changi foi o eleito o melhor.
Já os administradores de Confins pelos próximos 30 anos serão os integrantes do consórcio AeroBrasil, formado pela Companhia de Participações em Concessões CPC, controlada pela CCR, que terá 75% do consórcio. Também é composto pela Zurich Airport International AG (24%) e pela Munich International Beteiligungs GMBH (1%), que controlam, respectivamente, os aeroportos de Zurique, na Suíça, e de Munique, na Alemanha. Na premiação da Skytrax de 2013, o terminal de Munique foi eleito o 6º melhor do mundo e o de Zurique, o 7º melhor.
Outros três aeroportos brasileiros foram concedidos à iniciativa privada anteriormente: Guarulhos, em São Paulo, Viracopos, em Campinas, e o aeroporto de Brasília. Assim como nestes casos, os consórcios vencedores do leilão desta sexta-feira terão 51% da concessão. Os outros 49% ficam com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), estatal que administra os terminais atualmente.
De acordo com informações da Agência Brasil, o aeroporto do Galeão recebeu cinco propostas por escrito, na primeira etapa do leilão. A melhor proposta acabou mantida quando a disputa se encaminhou para segunda etapa, em viva-voz. Já a concorrência por Confins teve três propostas na fase de lances por escrito e outras três em viva voz. O consórcio Aliança Atlântica chegou a oferecer R$ 1,8 bilhão por Confins, valor que foi coberto pelo Aerobrasil.
Reforma e ampliação
A assinatura dos contratos de concessão está prevista para março de 2014. A partir da data em que as empresas receberem a concessão dos aeroportos, a Infraero continua com o comando dos terminais por mais 120 dias, porém, acompanhada pelos consórcio. Depois deste prazo, as empresas assumem a concessão, mas irão administrar os aeroportos em parceria com a Infraero por 90 dias, prorrogáveis por mais 90. Só depois deste período elas assumirão todas as operações.
Nos dois casos, os consórcios vencedores precisarão entregar obras em prazos estabelecidos pelo governo. Para o Galeão, a previsão é que sejam investidos mais de R$ 12 bilhões durante o período de concessão. Até o fim de 2015, o aeroporto terá de inaugurar um estacionamento para 1.850 veículos e, até o fim de 2016, construir 26 pontes de embarque e ter um pátio para 97 aeronaves. A expectativa do governo é que o movimento de passageiros no Galeão passe dos atuais 17,5 milhões passageiros por ano para 60 milhões ao fim da concessão.
O aeroporto de Confins, que atualmente recebe 10,4 milhões de passageiros por ano, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), deverá receber 43 milhões em 2043, quando acaba a concessão. Nele deverão ser investidos mais de R$ 3 bilhões. Até abril de 2016, Confins terá que inaugurar um terminal de passageiros e ampliar o pátio de aeronaves. Até 2020, uma segunda pista precisará ser construída.


