Da redação
São Paulo – O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, e o presidente da Federação dos Trabalhadores da Alimentação do Estado de São Paulo, Melquíades Araújo, reúnem-se nesta sexta-feira com o diretor da Parmalat, Marco Dal Posso, para discutir a crise na empresa.
Os sindicalistas pretendem discutir principalmente as demissões na empresa. Estima-se que 100 mil pessoas dependam da Parmalat no Brasil.
Para se ter uma idéia do estrago que a crise da subsidiária brasileira da multinacional italiana esta provocando basta lembrar que a Parmalat do Brasil é responsável por 4% do mercado formal de leite do país. Resultado: queda nos preços pagos ao produtor, que já trabalha com pequenas margens.
No Paraná, por exemplo, em conseqüência da crise vivida pela Parmalat do Brasil, os preços do leite no mercado continuam em queda e encontram-se nos mesmo patamares de janeiro do ano passado. É o que informa a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), através de sua assessoria de Comunicação Social.
Segundo a Faep,o preço-referência obtido pela pesquisa do Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite) de dezembro passado ficou em torno de R$ 0,40 o litro.
Já o preço referência Conseleite projetado para janeiro é de R$ 0,38/leite padrão, um dos mais baixos desde que há 12 meses o Conselho começou a divulgar oficialmente os levantamentos por produto e mix de comercialização.
Essa situação, que acontece em todos os estados produtores de leite do país, coloca em risco a própria sobrevivência dos pequenos produtores.
É que 70% dos fornecedores de leite da Parmalat em todo o Brasil são micros, pequenos e médios pecuaristas, que tem na produção de leite sua única fonte de renda. O Brasil consome 21 bilhões de litros de leite por ano. É o sexto maior mercado consumidor do mundo.
SOS cooperativas
De acordo com a Agência Brasil, cinco cooperativas do Rio Grande do Sul comunicaram na quarta-feira (28) à Fetag – Federação dos Trabalhadores na Agricultura Gaúcha – que estão dispostas a receber o leite dos produtores que fornecem à Parmalat no estado.
Segundo a federação, o repasse deve começar em 16 de fevereiro se a multinacional não honrar os pagamentos de janeiro. Também existe o interesse das cooperativas em manter as atividades da unidade da Parmalat em Carazinho, no Norte gaúcho, caso a empresa interrompa a produção de leite no estado.

