São Paulo – Uma missão do Centro de Câncer Infantil do Líbano (CCCL, na sigla em inglês) está no Brasil buscando ajuda para seguir oferecendo tratamento a crianças com câncer de forma gratuita. O CCCL vive totalmente de doações e a maior parte sempre foi oriunda do próprio Líbano, mas com o agravamento da situação econômica do país e a queda dos subsídios públicos a medicamentos, a instituição agora depende de um maior volume de contribuições do exterior.
“Viemos para o Brasil porque sabemos que o País tem uma comunidade enorme de libaneses”, disse para a reportagem da ANBA o presidente do Conselho de Administração e Comitê Executivo do CCCL, Joseph Asseily, ao visitar nesta sexta-feira (12) a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que vai se engajar na ação.
Acompanhado do supervisor de Captação de Recursos e Eventos Internacionais do CCCL, Saad Kurdi, da embaixadora Carla Jazzar, encarregada de Negócios da Embaixada do Líbano no Brasil, e do cônsul-geral do Líbano em São Paulo, Rudy El Azzi, Asseily foi recebido pelo presidente da Câmara Árabe, Osmar Chohfi.
O CCCL existe há mais de 20 anos e tem oito hospitais espalhados pelo Líbano, todos oferecendo tratamento sem custo para as crianças. Desde o início da história da instituição, já foram curadas mais de 5 mil crianças, segundo Asseily. De acordo com ele, a taxa de sucesso nos tratamentos – ou de cura – é de 85% a 95%. O centro é uma referência regional no tratamento do câncer infantil.
Asseily relata que o centro recebe crianças não apenas do Líbano, mas de todo o Oriente Médio. “Não recusamos ninguém”, afirma ele, sobre a política de aceitar todas as crianças que chegarem, seja de onde forem. Além do tratamento, elas têm acesso a outras atividades, como o ensino, com professores de pintura, música e dança, entre outras iniciativas.
O CCCL tem a segunda maior arrecadação de fundos no Líbano depois da Cruz Vermelha e precisa de US$ 16 milhões anuais para tratar as crianças. Originalmente, 80% dos recursos necessários para a sobrevivência da atividade vinham do Líbano e 20% dos demais países do Oriente Médio. Com a queda dos subsídios do Ministério da Saúde libanês aos medicamentos, o custo subiu expressivamente e agora o hospital precisará buscar 80% das doações fora do Líbano.
“As pequenas doações são tão importantes quanto as grandes doações”, disse Asseily para a ANBA. Ele relata que quando o centro começou as atividades recebia contribuições de crianças nas escolas que se propunham a ajudar outras crianças. Da mesma fora, o executivo conta que dos Estados Unidos, a maioria das doações são de US$ 50 e US$ 100. “Se você tem um grande número de pessoas que lhe dá pequenas quantias, isso se torna uma grande quantia”, diz.
Ajuda do Brasil
Asseily espera a ajuda dos brasileiros. Doações podem ser individuais e há vários meios de fazê-las chegar até o centro (veja contato abaixo). O CCCL também está interessado em receber medicamentos e possui uma lista com essas necessidades. Empresas farmacêuticas que querem auxiliar podem fazê-lo por meio da Embaixada do Líbano no Brasil, segundo ele. Também será promovido no dia 28 de novembro deste ano no Clube Atlético Monte Líbano, na capital paulista, um evento beneficente para arrecadar doações.
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A Câmara Árabe ajudará na campanha divulgando a iniciativa no Brasil e servindo de ponte entre o CCCL e os parceiros e associados da instituição. A delegação libanesa cumpre agenda no Brasil desde o começo desta semana até a metade da próxima, com uma série de reuniões com representantes do setor público, empresas, instituições de saúde e entidades empresariais e ligadas à comunidade libanesa e árabe.
Na Câmara Árabe, além de Chohfi, participaram da reunião com a delegação libanesa o secretário-geral e CEO da instituição, Tamer Mansour, os diretores Alessandra Frisso e Arthur Jafet, a diretora de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar, e o médico oftalmologista Robert Sami Nemer, que já foi presidente da Associação Médica Líbano-Brasileira.
Como ajudar:
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Para doação de medicamentos contate a Embaixada do Líbano no Brasil
Telefone: +55 (61) 3443 5552 ou embaixada@libano.org.br