São Paulo – A Líbia quer atrair empresas de construção civil e de produtos hospitalares, o Bahrein pretende se fortalecer como entreposto comercial e o Sudão deseja atrair empresários para o setor agrícola. Essas foram algumas das oportunidades apresentadas por representantes destes países nesta terça-feira (15), no segundo dia da Conferência de Investidores e Empresários Árabes, realizada em Túnis, na Tunísia.
De acordo com o CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileia, Michel Alaby, no primeiro painel do dia, os líbios mostraram como está sendo feita a transição após a queda e morte do ditador Muamar Kadafi, em 2011, e quais são os setores da economia que precisam de mais investimentos. Entre eles estão infraestrutura e equipamentos para o sistema médico-hospitalar. As oportunidades na Líbia foram apresentadas pelo presidente da União Geral das Câmaras de Comércio da Líbia, Idris Omram Abdulhadi.
“Conversei com alguns representantes da Líbia e lhes disse que o Brasil terá um novo embaixador no país neste ano. Também disse que pretendo visitar a Líbia para ver como podemos ajudá-los [na reconstrução]”, afirmou Alaby.
Já o Bahrein se apresentou como um grande entreposto comercial no Oriente Médio. O país afirmou que está “aberto” para sediar companhias que desembarcarem na região. Alaby disse aos bareinitas que existe a intenção de renovar acordo que a Câmara Árabe Brasileira tem com a Câmara de Comércio e Indústria do Bahrein.
No terceiro painel do dia, os sudaneses afirmaram que o país tem atraído investimentos da Arábia Saudita, Turquia, China, Emirados Árabes Unidos, Paquistão, Índia, Kuwait e Brasil. Especificamente no caso do Brasil, os sudaneses apresentaram os projetos do grupo Pinesso, do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, com lavouras de algodão e de soja.
Arábia Saudita, Emirados, Kuwait e Paquistão têm investido no em trigo, sorgo e milho; os chineses têm projetos de extração de minérios, petróleo, portos e aeroportos. A Turquia investe na construção de casas e centros comerciais, e os indianos, em estradas.
Ainda há espaço para empresas interessadas no setor agropecuário sudanês. O país tem 60 mil cabeças de ovinos e bovinos, porém, tem dificuldades em armazenar carnes em câmaras frias. Tanto o mercado interno quanto o externo têm demanda pelo produto. Para atrair empresas estrangeiras para o setor, o governo se propõe a repassar instalações frigoríficas desativadas para a iniciativa privada.
A Conferência foi aberta na segunda-feira (14), com um painel sobre a Tunísia. O tema principal dos painéis são as oportunidades de investimentos nos países árabes, principalmente naqueles que passaram por revoluções recentemente.