São Paulo – Os primeiros exemplares de cavalo árabe chegaram ao Brasil no século 19, mas sua origem, uso e difusão pelo País não tinham um registro histórico completo. Agora têm. Lançado no fim de 2014, o livro O Cavalo Árabe no Brasil reúne a trajetória do animal no País e ensaios fotográficos que mostram seus diversos tipos de uso em território nacional. Os textos são de Mario Braga, com fotos de Marco Terranova e edição de Andrea Jakobsson.
De acordo com Braga, a proposta de escrever o livro foi uma das formas de celebrar os 50 anos da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Árabe (ABCCA), em 2014. “Não tínhamos relato da história deste animal aqui, e o Brasil é referência na criação do cavalo árabe. Nós criamos e exportamos esse animal”, afirmou Braga. Para recuperar a história da raça no País, o autor dos textos recorreu a publicações estrangeiras, pesquisas e registros em jornais antigos.
Braga afirma que os primeiros registros da chegada do animal ao Brasil datam de 1860, mas há poucas informações sobre a importação e utilização dos animais naquele período. O primeiro criador oficial do cavalo árabe foi Guilherme Echenique Filho, que nos anos 1920 importou sete animais de um haras na Argentina para viver no Rio Grande do Sul.
A criação da raça ficou restrita ao sul do País, com alguns poucos exemplares em outras regiões, até a criação da ABCCA, em 1964, pelo banqueiro Aloysio Faria, um dos donos do Banco Real, hoje incorporado ao Santander. A associação foi criada em Belo Horizonte e depois implantada em São Paulo. Echenique se juntou a Faria e a partir de então o cavalo árabe passou a ser utilizado em todo o País.
As fotos do livro mostram o cavalo árabe nos pampas gaúchos, entre rebanhos de búfalos na ilha de Marajó, no Pará, em fazendas de gado no Centro Oeste e mesmo na caatinga do Nordeste. Estas fotos retratam uma das principais características do animal: sua resistência.
“Ele é o cavalo mais antigo que existe, o pai de todas as raças. Puro-sangue, quarto-de-milha, andaluz e lusitano são todas raças que derivam do cavalo árabe”, afirmou Braga. Segundo informações da ABCCA, os primeiros registros da existência deste animal foram encontrados em baixos relevos egípcios que datam do século 16 a.C., e a origem da raça está no deserto.
O cavalo árabe é criado em diversos países. Argentina, Estados Unidos, Egito e Polônia são alguns dos locais em que o animal é encontrado. Entre os países árabes, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos investem na criação do animal e na realização de competições. Além de participar de corridas, o cavalo árabe é utilizado para melhoramento genético.
Serviço
Livro O cavalo árabe no Brasil
Autores: Mario Braga e Marco Terranova
Preço: R$ 140,00
Informações: www.abcca.com.br ou pelo telefone (11) 3674-1744


