Da Agência Meios
São Paulo – A história das máquinas no mundo e a industrialização do Brasil estão retratadas no livro comemorativo aos 70 anos da Abimaq (Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos). O volume será lançado no próximo dia primeiro de dezembro, em São Paulo, e tem o patrocínio da Weg, Banco do Brasil, SEW Eurodrive e Bradesco. A intenção foi resgatar a trajetória da entidade, das máquinas no país e no mundo e passar esse conhecimento às pessoas.
Para registrar todas as nuances dessa longa história, o livro foi dividido em quatro temas centrais: as máquinas no mundo, o Brasil e as máquinas, informações sobre o avanço da tecnologia no país e as políticas para o setor, e os 70 anos da Abimaq. A concepção e a coordenação editorial do projeto ficaram a cargo de Luiz Felipe Heide de Aranha Moura, da Magma Cultural. O conteúdo foi elaborado pela Agência Meios e o projeto gráfico coube a Clero Ferreira de Morais Junior.
Segundo Moura, "conhecer a história das máquinas é conhecer a vida de grandes gênios, revolucionários que com suas invenções isoladas articularam as veias do planeta. Pequenas engenhocas que resultaram em grandes soluções estratégicas para os modelos econômicos atuais".
Os principais exemplos dessa saga estão no primeiro capítulo do livro: "Do Vapor ao Computador". O texto mostra os principais momentos da evolução das máquinas no mundo de forma pitoresca, com muitas histórias pessoais. Começa apresentando aos leitores a mandriladora de canhões de bronze, a mais antiga máquina-ferramenta que se tem notícia. Segue contando as experiências inovadoras de Leonardo Da Vinci. O pintor desenhou máquinas do futuro. Saíram da cabeça de Da Vinci, projetos de ventiladores, escavadeiras de pequeno porte, fornos e até roupa de mergulho.
A história segue passando por James Watt e a máquina a vapor, faz uma viagem pelo setor têxtil, com muitos nomes de inventores. Faz uma pausa para a intrigante história do Crystal Palace, o palácio construído pelo arquiteto Joseph Paxton para abrigar a Great Exhibition, em 1851, e depois foi posto a baixo e remontado em outro lugar. Pode-se dizer que Paxton foi o primeiro a introduzir o conceito de pré-fabricação na construção civil. O Crystal Palace consumiu 4.500 toneladas de ferro fundido e forjado e 300 mil placas de vidro.
A viagem continua pela máquina de costura, passa pelo motor elétrico de Werner Von Siemens, pelo automóvel, construído em série por Henry Ford, por Santos Dumont e chega até às máquinas de controle numérico. Aí, entramos na era da informática: Bill Gates, Steve Jobs, os primeiros robôs. Para encerrar o capítulo, as nanomáquinas, máquinas minúsculas, do tamanho de um vírus que podem ajudar, principalmente, no tratamento de doenças como câncer. Elas levariam os medicamentos diretamente nas células tumorais.
No segundo capítulo, "O Brasil e as máquinas", a história começa pelas ferrovias, por Irineu Evangelhista de Souza, o Barão de Mauá, responsável pela construção da primeira ferrovia do Brasil, a Estrada de Ferro de Mauá. Do barão às indústrias de máquinas. A saga de Delmiro Gouveia, as famílias pioneiras Nardini, Bardella, Semeraro, Villares, Matarazzo e Ribeiro desfilam pelas páginas do livro, recheado de fotos memoráveis de chão de fábrica dessas indústrias antigas.
O setor automotivo também tem um peso especial na história das máquinas no Brasil. Ford, GM e a Romi, com o Romi-Isetta, o primeiro veículo nacional, passeiam nas páginas seguintes. O desenvolvimento também chega ao campo, Jacto e Jumil, fabricantes de máquinas agrícolas fundamentais para o avanço do agronegócio também ganharam espaço no livro.
A efervescente industrialização dos anos 50 e 60 é outro assunto do volume. No quarto capítulo, Furnas, Itaipu, Petrobras, Angra 1 e 2, e Embraer mostram que o Brasil é o país do futuro, que tem tecnologia. Os planos de governo mostram os erros e acertos da política industrial do país. Para fechar o capítulo, os novos cenários: os tetracombustíveis, a tecnologia de enriquecimento de urânio e as supermáquinas agrícolas, que garantem o bom desempenho da agricultura brasileira.
O último capítulo traz para o leitor a história da Abimaq, "uma bela e valorosa história" que começou em 1937. O texto informa os principais feitos da Abimaq, as gestões dos presidentes da entidade, as batalhas – vitórias e derrotas da Abimaq – e as muitas, muitas estratégias que a entidade adotou para se adaptar às mudanças na política do governo federal e aos novos cenários mundiais, como o avanço da China.
O livro ainda tem um capítulo dedicado às máquinas de sonhos, como super-colheitadeiras, iates de luxo, como o do Aristóteles Onassis, carros como a Ferrari e o Lamborghini e robôs humanóides.