São Paulo – Em seu discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, realizado na manhã desta terça-feira (24) em Nova York, nos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou a reforma do Conselho de Segurança da ONU e de outros órgãos da instituição, se comprometeu a chegar ao desmatamento zero da Amazônia até 2030, alertou para o aumento da fome no mundo e lembrou dos conflitos “esquecidos” no Sudão e no Iêmen, que impõem “sofrimento atroz a quase trinta milhões de pessoas”.
O mandatário brasileiro iniciou seu discurso cumprimentando a delegação da Palestina, liderada pelo presidente Mahmoud Abbas. Foi a primeira vez que a Palestina participou da abertura de uma Assembleia Geral, mesmo que como estado observador. Lula criticou em discurso a dificuldade dos líderes atuais em colocar em prática ações que são do interesse global, como a redução da desigualdade social e os compromissos em favor da sustentabilidade.
Ao pedir a reforma da Carta das Nações Unidas, tratado que estabeleceu a instituição, Lula listou quatro objetivos, entre os quais: a transformação do Conselho Econômico e Social no principal foro para o tratamento do desenvolvimento sustentável, a revitalização do papel da Assembleia Geral, o fortalecimento da Comissão de Consolidação da Paz e a reforma do Conselho de Segurança, “com foco em sua composição, métodos de trabalho e direito de veto, de modo a torná-lo mais eficaz e representativo das realidades contemporâneas”.
Lula chamou atenção para os conflitos esquecidos
Em sua explanação, abordou diversos temas, desde os conflitos na Ucrânia, Palestina, Sudão e Iêmen, até a necessidade de uma regulação global da inteligência artificial, passando pelo alerta de que desde 2019 o número de pessoas que passa fome no planeta cresceu em mais de 152 milhões de pessoas. “Em Gaza e na Cisjordânia, assistimos a uma das maiores crises humanitárias da história recente, e que agora se expande perigosamente para o Líbano”, disse.
Sobre meio ambiente, Lula afirmou que seu governo reduziu o desmatamento da Amazônia em 50% no último ano e que o desmate será erradicado até 2030. Mesmo diante desse compromisso, Lula lembrou de desastres climáticos que o Brasil enfrenta, como as inundações de maio no Rio Grande do Sul e as queimadas em território nacional em agosto e em setembro. “O meu governo não terceiriza responsabilidades nem abdica da sua soberania”, disse. “Já fizemos muito, mas sabemos que é preciso fazer mais”, afirmou Lula dizendo que é preciso lutar contra quem lucra com a degradação ambiental.
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Leia a íntegra do discurso de Lula aqui.