São Paulo – A Palestina teve nesta segunda-feira (22) um momento histórico, marcado pelo seu reconhecimento como estado pela França, que o fez durante a 2ª Conferência Internacional de Alto Nível para Resolução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, precedido pela mesma atitude por Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal no domingo (21).
A conferência ocorre na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, com convocação da Arábia Saudita e da França e antes da Assembleia Geral do organismo, que inicia na terça-feira (23). Discursando na conferência, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, agradeceu ao presidente francês Emmanuel Macron e ao primeiro-ministro saudita, Mohammed Bin Salman, por liderarem processo.
Lula falou da fome ao qual os palestinos estão sendo submetidos na Faixa de Gaza e disse que nada justifica usá-la como arma de guerra. “Meio milhão de palestinos não têm comida suficiente, mais do que a população de Miami ou Tel Aviv”, falou. “A fome não aflige apenas o corpo, ela estilhaça a alma”, disse. Ele se referiu ao atual cenário em Gaza como tentativa de aniquilamento de sonho palestino de nação.
Lula defendeu que tanto Israel quanto a Palestina tenham o direito de existir. “Trabalhar para efetivar o Estado palestino é corrigir uma assimetria que compromete o diálogo e obstrui a paz”, falou o chefe de estado brasileiro. O presidente ainda saudou os países que reconheceram a Palestina e lembrou que o Brasil o fez em 2010. “Já somos a imensa maioria dos 193 membros da ONU”, disse Lula na ONU.
Também na conferência, o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, o príncipe Faisal Bin Farhan Al Saud, instou todos os países a reconhecerem o Estado da Palestina. “Conclamamos outros países a tomarem uma medida histórica similar que terá um impacto importante para apoiar os esforços para o estabelecimento da solução de dois Estados, conseguir uma paz total no Oriente Médio e encontrar uma nova realidade na qual a região possa desfrutar de paz, estabilidade e prosperidade”, falou.
Ao anunciar o reconhecimento do Estado da Palestina pela França, Macron disse que o fazia para favorecer a paz entre o povo israelense e o povo palestino. Ele também falou que continuará a luta existencial contra o antissemitismo. “Recai sobre nós uma responsabilidade histórica. Devemos fazer tudo o que for possível para preservar a própria possibilidade de uma solução de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado em paz e segurança”, disse. Ele condicionou a abertura de embaixada da França no Estado Palestina à libertação dos reféns israelenses em Gaza e a um cessar-fogo no território.
Com informações da AFP
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