Da redação
São Paulo – Amanhã (23), uma comitiva formada por 44 representantes de 20 grandes empresas chinesas terá um encontro com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Luiz Fernando Furlan e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo da visita é fortalecer o laço entre os empresários chineses e os brasileiros e, com isso, criar oportunidades de negócios e investimentos entre os dois países, informa a assessoria de imprensa do MDIC.
Entre as empresas que compõem a delegação estão a Baosteel, maior produtora de aço da China, a Minmetals, trading do setor de metais e minerais, a AVIC II, estatal do setor de aviação, parceira da Embraer, a Nutech, empresa dedicada à tecnologia nuclear, a CNPC, maior produtora e fornecedora de petróleo cru e gás natural da China, a Norinco e a Cofco, grandes empresas de importação e exportação de alimentos, além do Bank of China, um dos maiores bancos mundiais.
Também compõem o grupo chinês empresas de transporte, maquinário industrial e agrícola, telecomunicações, têxteis e
madeira.
Além dos encontros com Furlan e Lula, os chineses terão uma reunião de trabalho com a seção brasileira do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). O objetivo é trabalhar na elaboração do documento para criação definitiva do conselho, que reunirá empresários dos dois países.
A presidência do Conselho será dividida entre o presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, pelo lado brasileiro, e pelo Presidente da Minmetals, Miao Gengshu, pelo lado chinês.
Na segunda-feira (26), no Rio, acontece o seminário “Brasil-China no Século XXI”, promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo o assessor internacional do MDIC, Mauro Couto, o objetivo do seminário é mostrar aos chineses o que o Brasil tem de melhor em setores como o agronegócio, o setor mineral metálico, softwares, entre outros. Faz parte da programação ainda uma visita ao Porto de Tubarão e um passeio turístico ao Rio de Janeiro.
Couto lembra que a economia dos dois países é complementar em muitos pontos. A China tem grande necessidade, por exemplo, de importação de alimentos e o Brasil está se apresentando como garantidor do abastecimento do mercado chinês em commodities agrícolas. O País também pode atuar no abastecimento de commodities mineral metálicas, necessárias para os grandes investimentos que o país asiático tem feito em rodovias e ferrovias.
“Além disso, temos uma grande experiência em produzir bens de qualidade, com tecnologia, e a baixo custo. E o mercado chinês precisa disso”, comenta Couto. Outra possibilidade de negócios é na área de combustível. A tecnologia brasileira do uso do álcool em veículos pode ser a solução para a necessidade urgente da China de reduzir seus altos níveis de poluição. Como lembra Couto, até as Olimpíadas de 2008, eles precisam diminuir drasticamente a poluição nas cidades.
Couto afirma que os dois países deverão discutir estratégias de produção compartilhada, aproveitando as vantagens de cada um dos países em inúmeros setores. Por este sistema, as empresas dos dois lados se reúnem em associações para produzir e vender nos dois mercados. Um dos setores em que este sistema poderia funcionar, segundo Couto, é o de móveis, no qual o Brasil tem uma boa qualidade gerencial, o que permite que o design dos produtos seja modificado rapidamente, de acordo com a demanda.
Viagem de Lula
Na segunda quinzena de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita a China. Na ocasião, será assinado o acordo de criação do CECB. E, logo em seguida, no início de junho, o MDIC e a Agência de Promoção das Exportações do Brasil (Apex) organizam uma missão de empresários brasileiros à China, com a realização de uma rodada de negócios naquele país.

