Da Agência Brasil
Cidade do México – Em sua rápida passagem pelo México, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um acordo que prevê a eliminação da bitributação sobre pessoas físicas e jurídicas, com o objetivo de ampliar os investimentos entre os países.
O México, quarto maior importador de produtos brasileiros com um volume de compras de US$ 2,4 bilhões, é o 26º país que estabelece esse acordo com o Brasil.
“Brasil e México representam mais da metade do território, da população e da produção da América Latina. Juntos fortalecemos nossa luta por uma política comercial em pé de igualdade com os países desenvolvidos”, afirmou Lula se referindo ao desejo de conquistar a eliminação dos subsídios agrícolas, uma das batalhas travadas em Cancún.
ONU
Lula e seu colega Vicente Fox concordam que há a necessidade de se promover uma reforma da Organização das Nações Unidas – que abrange, inclusive, a inclusão de um país em desenvolvimento como membro permanente do Conselho de Segurança. “Somos atualmente membros rotativos e em breve será a vez do Brasil. Essa luta tem de ser conjunta”, anunciou Fox.
As declarações sobre o tema foram feitas sob a irritação do presidente Lula de ter de responder a uma jornalista sobre um possível boato publicado no segundo maior jornal mexicano, El Universal.
A reportagem se referia ao comentário da equipe de relações exteriores mexicana que taxava “de ridícula” a intenção brasileira de ocupar um assento permanente no referido Conselho. Lula disse que nenhuma intriga da mídia poderá enfraquecer a relação dos países.
Esse foi o penúltimo dos mais de 10 encontros com outros chefes de Estado travados nesses dias. Em Nova York, a agenda intensa correspondeu a uma volta a quatro continentes do planeta. Nos últimos dias Lula esteve com lideranças dos Estados Unidos, França, Alemanha, Rússia, Índia, África do Sul, Moçambique, Paraguai, Costa Rica entre outros. Hoje pela manhã, o presidente brasileiro parte para Cuba.
Visita a Cuba
Lula inicia hoje a visita a Cuba. Para ele, a visita à ilha é um encontro “entre dois chefes de Estado e não entre amigos”. Há fortes pressões para que o presidente intervenha a favor de presos políticos mantidos pelo governo de Fidel Castro, líder cubano no poder há mais de 40 anos. “Todo chefe de Estado sabe que não é bom se meter na política do outro. Eu vou a Cuba tratar de interesses do Brasil”, afirmou Lula.
O brasileiro criticou o embargo econômico e reiterou que a forma do Brasil em contribuir será abrindo espaços para a ampliação de cooperações com o país. A visita vai até sábado. Nesses dois dias, muito trabalho. Há reuniões marcadas com Fidel, empresários e representantes da sociedade civil cubana.
Saúde e tecnologia serão as áreas mais contempladas nos acordos a serem assinados entre o Brasil e Cuba, durante a visita do presidente Lula a Havana. O ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse que, no âmbito da sua pasta, o Brasil poderá transferir tecnologia para Cuba na área de cana de açúcar e também na produção de álcool carburante.
Segundo Furlan, o objetivo é abrir um mercado para consumo de álcool misturado à gasolina e ao mesmo tempo criar uma base ainda que pequena de exportação de álcool anidro para outros paises, a partir de Cuba.
O ministro adiantou que existem entendimentos para uma parceria na área de sucos de fruta e na de construção de ônibus, entre a Buscar e a Unecamoto cubana, além da área de fumo, através da Souza Cruz, que fabrica cigarro para atendimento local e também para exportação.
Na na área de saúde, o ministro Humberto Costa disse que os dois países discutirão questões relacionadas à transferência de tecnologia para produção de vacinas e medicamentos e de imunobiológicos.
Costa adiantou que deverão ocorrer alguns acordos em relação a recursos humanos, no que diz respeito aos profissionais brasileiros que são formados em Cuba e aos médicos cubanos que residem no Brasil, tentando exercer a profissão.