Dubai – Uma das empresas vitrine do pavilhão da Apex-Brasil na Gulfood desse ano é a Labra, que comercializa castanha de baru a partir de cooperativas de agricultura familiar. O fruto nativo do Cerrado brasileiro é considerado um superalimento, rico em proteínas, ômegas 3 e 6, entre outros nutrientes. Ricardo Pavan (na foto, ao centro), sócio fundador da Labra, contou à ANBA no pavilhão em Dubai que a empresa existe desde 2012 como uma trading focada em commodities, mas que há quatro anos começou a comercializar produtos à base de baru, como a castanha – que na verdade é semente -, a polpa, a farinha e o óleo de baru, além de outros superalimentos à base de frutos do Cerrado, como o óleo de coco-babaçu.
Quando Pavan foi morar em Los Angeles, ele percebeu a tendência de alimentação saudável e holística na cidade estadunidense. Daí surgiu o nome Labra, da junção da sigla da cidade californiana, L.A., com seu país de origem, o Brasil. “A princípio, nossa empresa vendia produtos americanos para o Brasil, os superalimentos comercializados lá, produtos sem glúten, entre outros. E foi há quatro anos que começamos a investir no baru, trabalhamos com cooperativas de agricultura familiar e regenerativa, porque a árvore do baru é nativa e anciã – demora cerca de seis anos para dar os primeiros frutos – e com suas raízes profundas ajuda a manter o ecossistema do bioma e o aquífero Guarani, o maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo”, explicou Pavan. Segundo ele, a soja é a grande vilã do Cerrado, por ter raízes curtas. “Se não cuidarmos, em alguns anos o aquífero pode evaporar completamente”, profetizou.
Os frutos do baru vêm de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Brasília, além de Ribeirão Preto, Cerrado paulista. A empresa já comercializa para os Estados Unidos e o Canadá, e com a participação na Gulfood pretende expandir os negócios para o mundo árabe. “Os árabes já têm uma cultura de nuts (nozes, sementes e castanhas), é do paladar deles; já recebemos visitantes muito interessados de vários países, acreditamos que a feira pode trazer novos negócios e viemos com a intenção de entrar nesse mercado do Oriente Médio”, concluiu Pavan.
Estavam presentes no estande vitrine também o sócio de Pavan, Fabrício Ribeiro (na foto acima, à dir.), que cuida da parte comercial da empresa, e Marcelo Bergier (na foto, à esq.), diretor de vendas da companhia.