São Paulo – O secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Britânica, Bandar Reda (esq., na foto), considerou um sucesso a Cúpula Econômica Árabe-Britânica (Abes, na sigla em inglês), realizada na quarta-feira (03) em Londres, na Inglaterra. “Cerca de 700 pessoas participaram”, disse ele à ANBA nesta quinta-feira (04) por telefone.
Ele destacou a presença de autoridades de destaque do Oriente Médio e Norte de África, e do Reino Unido, como o secretário-geral da Liga dos Estados Árabes, Ahmed Aboul Gheit, o secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), Abdulatif Bin Rashid Al Zayani, o ministro de Estado para Políticas Comerciais da Grã Bretanha, George Hollingbery, e o Lorde Prefeito da Cidade de Londres, Peter Estlin, que é o chefe do distrito financeiro da capital britânica e uma espécie de embaixador do sistema financeiro do país.
Reda ressaltou também a participação de embaixadores árabes no Reino Unido e de algumas das principais lideranças empresariais do mundo árabe. “A maioria dos países árabes mandou delegações”, declarou.
O Brasil foi representado pela Câmara de Comércio Árabes Brasileira, que enviou seu presidente, Rubens Hannun (dir., na foto), e seu vice-presidente de Marketing, Riad Younes. A Câmara Brasileira contou ainda com estande institucional da conferência.
“Ficamos muito honrados em receber o senhor presidente [da Câmara Brasileira] e sua delegação, esta aproximação entre nós é uma grande conquista”, afirmou o executivo. “Agora será nossa vez de retribuir”, acrescentou. Ele planeja participar da próxima edição do Fórum Econômico Brasil-Países Árabes, que a Câmara Brasileira irá promover em abril de 2020.
Para Reda, existem possibilidades de cooperação entre as duas câmaras de comércio que podem render novas oportunidades de negócios para seus respectivos associados.
Temas
Entre os temas discutidos na conferência árabe-britânica, o executivo destacou painéis sobre tecnologias da informação, setor bancário, agricultura e juventude, áreas de grande interesse no mundo árabe.
O segmento de TI tem sido bastante explorado no Oriente Médio, a agricultura é uma grande preocupação, dada a escassez de água na região, e os jovens compõem a maioria da população árabe, de 60% a 70%, dependendo do país, segundo ele. “E é importante ter como financiar tudo”, comentou.
O Reino Unido tem um volume significativo de comércio com o mundo árabe. De acordo com o Centro de Comércio Internacional (Intracen, na sigla em inglês), os britânicos exportaram o equivalente a US$ 25,6 bilhões aos árabes em 2018, um recuo de 5,1% sobre 2017. Os principais produtos embarcados foram turbinas de aviões, automóveis, ouro, artigos de joalheria e peças aeronáuticas. Os maiores mercados são os Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar, Egito e Omã.
Na outra mão, os árabes venderam ao Reino Unido US$ 13,16 bilhões em produtos no ano passado, um aumento de 14,3% na mesma comparação. Os principais itens comercializados foram petróleo e derivados, máquinas e equipamentos elétricos, plásticos, roupas e acessórios, e veículos. Os maiores fornecedores são a Argélia, Arábia Saudita, Emirados, Catar e Egito.