Da redação
São Paulo – O aumento da inserção do Brasil no mercado internacional é uma das diretrizes da política industrial, tecnológica e de comércio exterior detalhadas ontem pelo ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). As metas que vão nortear as ações do governo para a indústria, em conjunto com a iniciativa privada, foram aprovadas anteontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo documento elaborado em conjunto por vários ministérios e órgãos do governo, e divulgado ontem pelo ministro Furlan, entre as ações para aumentar a participação do país no mercado internacional estão: apoio às exportações com financiamentos, simplificação de procedimentos e desoneração tributária; promoção comercial e prospecção de mercados; estímulo à criação de centros de distribuição de empresas brasileiras no exterior e à sua internacionalização; apoio à inserção em cadeias internacionais de suprimentos; e apoio à consolidação da imagem do Brasil e de marcas brasileiras no exterior.
De acordo com informações do documento, o Brasil tem uma taxa de crescimento das exportações menor do que a de outros países em desenvolvimento. “A taxa média de crescimento do comércio mundial foi de 7,5% ao ano entre 1984 e 2002, enquanto a do comércio brasileiro foi de 4,6% ao ano no mesmo período”, diz o estudo.
Para o governo, um dos principais objetivos da política industrial é justamente servir de base para uma maior inserção do país no comércio internacional. Para isso, além de procurar o aumento das exportações em si, a política será voltada para o incentivo às inovações e ao desenvolvimento tecnológico; à modernização da indústria; ampliação da capacidade e da escala produtiva; além do incentivo a setores específicos considerados estratégicos, como os de semicondutores, softwares, medicamentos e bens de capital.
Na avaliação do governo, as condições estão dadas para a retomada dos investimentos e do crescimento econômico, o que justifica a fixação dessas metas. “A estabilização das principais variáveis macroeconômicas, a redução das taxas de juros, a retomada do crédito interno e externo e a redução do risco Brasil são aspectos centrais para a retomada do investimento privado e do crescimento econômico”, diz o documento.
O ministro Furlan informou que as diretrizes serão encaminhadas para avaliação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social no dia 10 de dezembro e quatro grupos temáticos vão discuti-las até o prazo de 31 de março e detalhar as políticas que deverão ser tomadas.
Para o ministro, esse processo vai possibilitar uma convergência de ações de governo “e uma estratégia única que dará orientação aos recursos”. Segundo ele, melhorar a competitividade da economia brasileira e promover a convergência das políticas governamentais são as principais ações para acabar com os entraves ao desenvolvimento.
Ele ressaltou que os projetos elaborados com base na política industrial vão exigir contrapartidas das empresas ou outros atores envolvidos. Furlan acrescentou ainda que o país não aproveita todo o seu potencial e as diretrizes vão no sentido de fazer com que passe a fazê-lo.