São Paulo – A Cia. Orgânica emitiu sua primeira nota fiscal em 2002, mas sua história teve início em 1999, quando Paulo Vilela herdou de seu avô, Salomão Sogayar, a tradicional Chácara Boa Esperança, na cidade de Ribeirão Claro, no norte do Paraná. “O desafio foi grande, pois o cafezal estava arrasado pela geada do ano anterior e precisava ser refeito. O desejo de ir além, em qualidade, me levou ao sistema orgânico”, conta.
Vilela acabou pesquisando muito e entendeu que aquilo era exatamente o que gostaria de ter como prática agrícola. “A agricultura orgânica representa uma alternativa de vida, de ética, é muito além de simplesmente ‘produtos livres de agrotóxicos’” afirma. Hoje a pequena propriedade produz as sementes, mudas, plantio, colheita, industrialização, distribuição e o atendimento pós-venda.
“É o café da semente à xícara”, diz Vilela, que exporta metade da produção de 12 mil toneladas de café orgânico para Europa, Estados Unidos, Japão e Emirados Árabes Unidos. E vai exportar ainda mais para o país árabe. “Em novembro será inaugurado um mega shopping em Dubai, que terá um espaço gigante para comercializar produtos orgânicos. Nosso cliente árabe terá uma loja lá e já nos garantiu que a demanda vai crescer bastante”, conta.
O empresário ainda tem planos mais ambiciosos para exportar para o Oriente Médio. Ele e dois novos sócios, que produzem cerca de 30 mil sacas de café 100% arábica por ano, estão preparando uma linha especial de café não orgânico produzido no cerrado mineiro. O lançamento deve ocorrer dentro de 60 dias. “Queremos entrar com força total nos países árabes. Acreditamos muito no potencial da região”, destacou.
O primeiro contato da empresa com o mercado árabe ocorreu há quase cinco anos. Em dezembro de 2003, um representante da Cia. Orgânica de Café participou da Semana do Brasil em Dubai, na mesma época em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou para cinco países árabes.
A marca
De acordo com Vilela, a idéia da marca surgiu com a intenção de ser um grande “guarda-chuvas” para uma gama de produtos orgânicos, o café foi apenas o primeiro produto a ser produzido. Na Chácara Boa Esperança, localizada próxima ao rio Paranapanema, há uma equipe de 6 pessoas fixas, mais os temporários que trabalham na colheita dos grãos. Na administração da Cia Orgânica, são 12 pessoas, mais os representantes espalhados por todo o Brasil.
A produção é certificada pelo IBD (Instituto Biodinâmico). A colheita feita por Vilela também garante o supra-sumo do café: retira dos pés somente os grãos maduros e vermelhos -"cerejas" – depois secos naturalmente ao sol e mais uma vez selecionados. E outra vez um diferencial: a secagem é feita em terreiro suspenso. “Isso evita a fermentação ou contaminação dos grãos”, explica.
Na avaliação do empresário, o mercado de orgânicos está mais maduro agora, as empresas mais sólidas, aquelas que entraram em busca de altos lucros em um curto espaço de tempo já saíram, pois os cultivos orgânicos não funcionam assim. "Na verdade, sinto necessidade de uma comunicação melhor com o público, da divulgação dos valores agregados a um produto orgânico que envolvem um forte compromisso com o social e com o ambiental. Eu e meus novos sócios vamos abraçar esta causa: falar com o consumidor”, garante.
Contato
Site: www.ciaorganica.com.br
E-mail: paulovilela@uol.com.br
Telefone: +55 (11) 3815.9115

