São Paulo – Países árabes do Oriente Médio e do Norte da África precisam investir cada vez mais na geração de empregos e no curto prazo. Essa é a principal necessidade tanto das nações que exportam petróleo quando daquelas que importam a commodity na região, disse na sexta-feira (11) o diretor do Departamento de Oriente Médio e Norte da África do Fundo Monetário Internacional (FMI), Masood Ahmed. Ele concedeu uma entrevista coletiva na sede do FMI, em Washington, durante o encontro anual da instituição e por ocasião da divulgação, na última quarta-feira (09), do relatório sobre a previsão econômica global.
Segundo Ahmed, os países árabes que exportam petróleo no Golfo deverão ter redução na atividade econômica neste ano devido à queda da demanda global por petróleo, produto que é a principal fonte de receitas das nações do Golfo: Arábia Saudita, Omã, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Catar e Bahrein. A previsão do FMI divulgada nesta semana indica crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) destes países neste ano e 4% no ano que vem.
Ahmed afirmou que estas nações têm dois desafios: ser mais resistentes às oscilações de demanda e preço do petróleo e investir na geração de empregos não apenas aos expatriados, como também a seus próprios habitantes. “Eles precisam gerar empregos à sua população. Em alguns países, o número de empregos continua a crescer, mas no setor privado, onde este crescimento é preenchido por expatriados”, afirmou.
Aos países importadores de petróleo, ele disse que ainda sofrem riscos de contágios da crise política da Síria e afirmou que a região também sofre com as incertezas políticas. Ahmed observou que o comércio entre estes países é pequeno e o crescimento não atende aos desejos da população por mais empregos aos jovens e melhores condições de vida. A solução para a maior parte dos problemas dos países importadores de petróleo e para aqueles que passam por transição política (caso de Egito, Tunísia e Líbia), disse Ahmed, é a geração de empregos.
“É muito importante agir para avançar no que entendemos ser um grande equilíbrio, que inclui a mais imediata prioridade nestes países, que é gerar empregos. O emprego é a esperança para sustentar uma transição sociopolítica”, disse. Ele também afirmou que os países em dificuldades econômicas precisam reduzir a quantidade de dinheiro que pegam emprestado e mudar o perfil dos seus gastos com o objetivo de usar o dinheiro para atrair o setor privado.


