São Paulo – O Brasil esteve na contramão da mineração mundial e aumentou o volume de fusões e aquisições no setor no ano passado. Segundo estudo da PricewaterhouseCoopers (PwC), o Brasil movimentou US$ 17,7 bilhões com fusões e aquisições no segmento, contra US$ 3,6 bilhões em 2007.
Já a indústria mineradora mundial teve queda de 61% nas fusões e aquisições em 2008, que ficaram em nível verificado pela última vez apenas em 2005. De acordo com a publicação, o crescimento do continente sul-americano, de US$ 8,7 bilhões em 2007 para US$ 22,8 bilhões em 2008, ocorreu devido ao aquecimento das atividades no Brasil.
Assim como o Brasil, também a China, ao contrário do movimento mundial, aumentou seus negócios entre companhias do setor. Na China, o aumento do número de investimentos foi acentuado: de US$ 6,7 bilhões em 2007, para US$ 25,5 bilhões em 2008
O estudo, chamado Mining Deals 2008, indica, ainda, que o desenvolvimento da indústria da mineração na China é uma tendência, já que, em fevereiro de 2009, foram anunciadas transações entre empresas de grande porte, como os US$ 19,5 bilhões investidos pela Chinalco na Rio Tinto. Também houve a oferta da China Minmetals de US$ 2,5 bilhões para compra da Oz Minerals e o investimento de US$ 900 milhões da Hunan Valin sobre a Fortescue.
O cenário negativo, que levou à redução do nível da atividade de fusões e aquisições na indústria global em 61%, se deve ao colapso da Lehman Brothers em setembro de 2008, que abalou o setor e provocou forte queda nos preços das commodities.
"Nós estamos testemunhando um ambiente de negociações singular que vai modificar o comando das organizações. A inconstância no preço das commodities, combinada aos entraves da crise financeira, deixou o setor polarizado entre forte e fraco", explica em nota o sócio Tim Goldsmith, líder global na área de mineração da PricewaterhouseCoopers.

