São Paulo – Localização geográfica estratégica para alcançar os mercados do sudeste asiático e infraestrutura para fabricação de produtos foram alguns dos benefícios que uma comitiva do estado de Perak, na Malásia, apresentou nesta sexta-feira (14) a empresários brasileiros. O encontro foi realizado na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, com a participação de executivos da instituição.
A Malásia, um país com 34 milhões de pessoas e tamanho equivalente ao estado do Maranhão, está localizada no sudeste asiático, próxima a duas das nações mais populosas do mundo, Índia e China. Essa proximidade é um dos atrativos para empresas que desejam exportar para a região, afirmou à ANBA o CEO da consultoria Ayenda Resources Sdn Bhd e um dos chefes da missão malaia, Seri Timor Shah Rafiq. O hub industrial de Perak permite que uma empresa exporte para lá matérias-primas ou produtos in natura, como carnes, e os reexporte processados para diversos mercados consumidores.
A oportunidade de vir ao Brasil, disse, surgiu de uma conversa com o ex-embaixador brasileiro em Kuala Lumpur, Ary Quintella, que deixou o posto recentemente para nova função em Angola. Em sua visita ao Brasil, a delegação malaia se reuniu com autoridades no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Segundo Rafiq, o momento atual é oportuno para o incremento das relações diplomáticas, comerciais e de investimentos entre Brasil e Malásia tanto em razão de medidas protecionistas em curso como pelo fato de que a Malásia ocupa a presidência da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) e o Brasil é o atual presidente do grupo Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Irã e Etiópia. A Malásia é, desde janeiro, “país parceiro” do Brics.
O vice-presidente de Relações Internacionais e secretário-geral da Câmara Árabe, Mohamad Mourad, e a diretora de Relações Institucionais da entidade, Fernanda Baltazar, convidaram a delegação malaia a participar, em outubro deste ano, do Global Halal Brazil Business Forum, evento bienal organizado pela Câmara Árabe e pela Fambras Halal, certificadora de alimentos halal, que são aqueles feitos de acordo com as normas do Islã.
Halal: produtos brasileiros feitos conforme as normas do Islã
A Câmara Árabe e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) levam adiante o Projeto Halal do Brasil, de promoção, no exterior, de alimentos e bebidas halal feitos no Brasil. Neste ano, o Projeto Halal levará empresas brasileiras à feira Mihas, na Malásia, pela terceira vez, como forma de apresentar os produtos brasileiros. Rafiq afirmou que empresas de alimentos são uma das prioridades que a zona industrial de Perak quer atrair no Brasil, assim como do setor de mineração. Atualmente, a única empresa brasileira a atuar em Perak é a mineradora Vale, que exporta minério para lá, processa o produto e, então, reexporta para a China, segundo Rafiq.
“A partir da Malásia, a empresa está próxima a vários mercados: a Indonésia está muito perto, a China está perto. Pode-se alcançar todos os países da Asean e também o Oriente Médio, que está mais perto da Malásia do que do Brasil”, disse Rafiq em referência aos países árabes.
Do encontro entre malaios e brasileiros participaram representantes das empresas brasileiras Unisource Tecnologia, Cianorte, Finocchio & Ustra, Target Relocation, K&K e FASC. Também participou Anna Homem, da Qatar Airways.
A delegação da Malásia era formada por Rafiq, pelo CEO do Terminal Marítimo de Lumut, Haji Mubarak Ali Bin Gulam Rasul, pelo COO do Terminal, Mohd Rusly Bin Tamsir, o chefe de Desenvolvimento Comercial do Terminal de Lumut, Alex Staring, e a diretora da divisão de Promoção de Investimentos da Corporação de Desenvolvimento do Estado de Perak, Ch’ng Soo Bee. O assessor comercial do escritório de promoção comercial da Malásia em São Paulo, Kossi Telou, acompanha a missão em sua agenda no Brasil.
Pela Câmara Árabe, participaram da reunião, também, os diretores William Atui e Arthur Jafet.
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