São Paulo – O setor de máquinas teve déficit comercial recorde nos cinco primeiros meses deste ano, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) nesta quarta-feira (29). O saldo foi de US$ 7,2 bilhões, resultado de exportações de US$ 4,4 bilhões e importações de US$ 11,6 bilhões. "A importação é recorde dos últimos setenta anos", afirmou o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto.
As exportações cresceram 32,9% sobre o mesmo período de 2010, mas as importações avançaram ainda mais no período, de 33,7%. O presidente da Abimaq demonstrou preocupação com a alta nas importações e afirma que está havendo desindustrialização do setor. Segundo ele, as próprias fábricas brasileiras estão importando peças da China e em vez de produzir seus equipamentos, compram máquinas de fora e vendem com suas marcas.
De acordo com Neto, em função disso, apesar de estar com baixa capacidade instalada, a indústria está contratando mais (pessoas para montarem as peças importadas) e faturando mais também. A receita do setor cresceu 9% de janeiro a maio sobre os mesmos meses de 2010 para R$ 31,4 bilhões. "A China está fazendo o papel dela, o Brasil é que não é competitivo", disse Neto, remetendo o movimento à taxa de câmbio, altos tributos pagos pela indústria brasileira, juros excessivos, entre outros fatores econômicos.
Os Estados Unidos foram o principal fornecedor de máquinas para o Brasil entre janeiro e maio, com US$ 2,9 bilhões e crescimento de 29,6%, seguido pela Alemanha, com US$ 1,5 bilhão e alta de 43,7%, e pela China, com avanço de 49,6% para US$ 1 bilhão. Os demais fornecedores, da lista dos dez maiores, são, por ordem, Japão, Itália, Coréia do Sul, Suíça, França, Reino Unido e Suécia. Apenas em maio, as importações somaram US$ 2,7 bilhões, com crescimento de 37,6% sobre o mesmo mês do ano passado.
Mas o Brasil também está exportando mais máquinas e equipamentos. Os principais destinos, entre janeiro e maio, foram Estados Unidos, Argentina, México, Alemanha, Holanda, Peru, Paraguai, Chile, Colômbia e Venezuela. Máquinas para logística e construção civil, além de componentes para indústria de capital, respondem por cerca de metade das exportações, de acordo com o presidente da Abimaq. Apenas em maio, a exportação avançou 39%, com faturamento de US$ 1,01 bilhão.

