São Paulo – A marca brasileira de artigos esportivos Poker está planejando entrar no mercado do Catar através de seu principal produto, as luvas para goleiros de futebol. A empresa, fundada em 1986, começou sua trajetória voltada ao esporte amador, vendendo material esportivo para times amadores e de universidades, por exemplo.
A partir de 2006, a empresa passou a investir no setor profissional do esporte. “Com planejamento estratégico, vimos que era o momento de a empresa entrar no mercado profissional. E mais, vimos que o nicho de goleiro estava desassistido”, explicou Rogério Cauduro, diretor da empresa, responsável pelo comércio exterior e marketing da Poker. Na foto, Rogério (à direita) e seu irmão e co-fundador da Poker, Frêdi Cauduro.
A estratégia passou, então, por convidar goleiros profissionais para reuniões e ouvir suas sugestões para tornar os produtos de alta performance. Hoje, a Poker tem um market share de 40% no setor brasileiro de luvas de goleiro para futebol profissional e patrocina de 12 a 14 goleiros em cada rodada do Campeonato Brasileiro, incluindo atletas de times como Palmeiras, Vasco e Grêmio. Em 2019, dos 20 goleiros da série A, 14 foram patrocinados pela empresa, segundo o diretor.
Consolidada nacionalmente, a marca começou a traçar sua expansão internacional há três anos. Com uma consultoria gaúcha, a Poker fez um mapeamento e identificou que em 40 países havia grande possibilidade de êxito. As nações, incluindo o Catar, tinham como vantagem a abertura econômica, a boa relação com o Brasil, e o fato de o futebol ser um esporte bem visto.
No projeto de internacionalização, a marca já foi registrada em mais de 60 países. “Fizemos o dever de casa para esse processo. Elegemos alguns países cruciais para começar a trabalhar e estamos dando preferência para países na América do Sul, por questões geográficas. Mas tem situações estratégicas, como Portugal, que é uma boa entrada na Europa, e o Catar porque vai ser a próxima Copa do Mundo”, explicou o diretor.
Estratégias no Catar
Para definir a melhor forma de iniciar a participação no mercado árabe, a Poker tem como seu contato Junior Reis, treinador de goleiros brasileiro que reside no Catar há 20 anos. “Ele está trabalhando a forma mais adequada de entrarmos no país, seja no varejo, distribuição ou com representante”, explicou Cauduro, detalhando que desde que se mudou para o Catar, Reis atua no Al Gharafa Sports Club.
Uma das possibilidades é que a Poker firme parceria diretamente com o time de Reis. “Nosso projeto de implantação da marca no país está sendo construído em parceria com o Al Gharafa Sports Club. Estar junto com equipes para sermos patrocinadores é uma forma de chegarmos efetivamente no Catar, que é nosso objetivo”, explicou o diretor de marketing.
A marca quer definir o planejamento até o final de 2020, para que tenha tempo de colocar o projeto em prática antes mesmo da Copa do Mundo de 2022, sediada no Catar. A avaliação da marca e de Reis é que há espaço para a Poker se estabelecer no Catar. “Acaba sendo muito escassa a oferta no país para quem quer achar um produto adequado”, explicou Cauduro. Outras possibilidades para a empresa se estabelecer no país são através de pontos de venda, como lojas outlet.
Além do trabalho com o Catar, a empresa vem priorizando a expansão pela América Latina, começando por Uruguai e Argentina. Em longo prazo, Cauduro explica que pode estudar outros mercados árabes. “Temos interesse em fazer negócios com os países árabes, mas pela questão geográfica acaba não estando nesses países o nosso foco. É muito bem-vindo se houver interesse”, declarou.
A empresa tem, ainda, outra meta. Transformar a Poker, referência entre goleiros, em uma marca multiesportiva. Das 10 linhas que já desenvolvem, os produtos premium são os da Linha Goleiro, Bolas, Funcional (com roupas e acessórios para academia), Bike e Natação. Nesta última, a empresa aposta novamente em se aliar aos profissionais da área, como fez com os goleiros, e já tem o ex-nadador Gustavo Borges como embaixador da linha.