São Paulo – A Espírito Cacau está expandindo seus negócios no Golfo. A empresa brasileira de chocolates premium já exportava aos Emirados Árabes Unidos e mais recentemente fechou negócio com um parceiro que está fazendo importação e distribuição. “Agora, a Golden Falcon vai ser responsável pela marca em todo o Golfo. Eles são de Ras Al Khaimah e têm entrada em vários países da região, como Arábia Saudita, e até no Egito”, relatou Paulo Gonçalves, CEO da marca Espírito Cacau, em entrevista à ANBA.
Toda a linha da marca é tree to bar, termo que aponta os chocolates produzidos e industrializados por uma mesma companhia, desde a lavoura até as barras. Há dois anos, eles adquiriram a certificação halal e, assim, as barras da empresa se espalharam por prateleiras de mercados em diferentes emirados. “Esse mercado está crescendo muito. No Ramadã, por exemplo, eles consomem muitos doces à noite, quando passa o período de jejum durante o dia”, afirmou o empresário.
Perfil doce
Para mergulhar no mercado árabe, a equipe da Espírito Cacau fez estudos sobre o consumo dos chocolates na região. O que encontrou foi um consumidor com preferência por produtos adocicados. A principal procura é pelo chocolate ao leite, ou com ingredientes como castanha-de-caju e amendoim. Outro favorito é o chocolate branco, esse também acompanhado de outras guloseimas como morango e cranberry.
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Com as informações em mãos, a marca partiu para a prática e, no final de 2022, lançou novos sabores diretamente nos Emirados. Alguns dos produtos lançados primeiro para o público árabe foram o chocolate 70% cacau com café, a barra com morango natural, cranberry, e o branco com cookies, sem glúten. “Caiu no paladar deles, nossos representantes fizeram bom trabalho”, disse o CEO.
Além dos nativos, a marca também encontrou lugar nos carrinhos dos expatriados. “E tem também as pessoas que vêm de fora [do país] e são fitness, eles são os que gostam de alto teor de cacau”, contou o CEO. Para esse público, Gonçalves destaca opções como o chocolate zero açúcar.
Demanda por halal
A marca, que começou exportando com 900 quilos, está agora embarcando cerca de um contêiner de 20 pés a cada dois meses. “Está tendo muita procura por halal. Esta semana mesmo, estou na Anufood, e meu ‘vizinho’ [de feira] aqui vende ingredientes, e está relatando bastante procura por produtos halal. Eu mesmo expliquei a ele que só posso comprar de fornecedores com essa certificação”, apontou ele. A Anufood é uma feira de alimentos e bebidas.
O empresário explica que planeja, ainda, o lançamento de novos produtos. Para isso, entretanto, ele procura aumentar as opções de fornecedores. “Estamos pedindo para que os fornecedores se certifiquem, porque para vendermos como halal, precisamos que todos os ingredientes sejam também halal”, contou ele. Entre os produtos citados por Gonçalves como essenciais para suas linhas estão castanhas, adoçantes e manteiga.