São Paulo – Em um mercado onde as pedras preciosas e o design único são os grandes diferenciais, a Amarjon Biojoias surge para conquistar um novo público: apreciadores de joias sustentáveis. Criada em 2008, a empresa brasileira produz peças a partir de folhas, flores e sementes.
“Antes de criar a Amarjon, enquanto eu trabalhava com semijoias, via que o mercado estava um pouco saturado desse tipo de produção. Pesquisando uma nova forma de trabalho, me deparei com as biojoias. Com tempo e muita pesquisa, aprimoramos essa técnica e hoje procuramos interferir o mínimo possível no design da natureza para criar as peças”, conta Isabel Ribeiro, sócia e diretora da Amarjon Biojoias.
Em 16 anos de existência a marca já vendeu joias para diversos estados do Brasil, como Pará, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás e Ceará, e também para outros países.
“A exportação das peças começou sem nenhuma intenção. Em um dia, um brasileiro que morava na Dinamarca e estava passando as férias na Bahia, conheceu nossas peças e quis revender lá. Ele começou esse negócio em 2013 e nunca mais parou. Depois disso, vimos o quanto tínhamos o potencial de começar a exportar”, diz a sócia da Amarjon Biojoias.
Depois da Dinamarca, a empresa chegou à França, Itália, Polônia, Estados Unidos, Canadá, Guiana Francesa, Japão, Portugal, Inglaterra e, por último, à Turquia. Para chegar a todos esses destinos, Isabel contou com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A brasileira relembra que a Apex esteve presente em todas as etapas do processo, desde a hora de ensiná-la a precificar seus produtos até o momento em que precisou encontrar novos parceiros.
“Os turcos são os nossos parceiros comerciais mais recentes. No ano passado, eles vieram até nossa loja do Rio de Janeiro e ficaram tão encantados, que disseram que queriam abrir uma loja igual lá. Em dezembro de 2023 começamos a fazer reuniões e em maio deste ano fechamos um contrato. Em breve não teremos uma franquia lá, mas sim o licenciamento do uso da nossa marca.”
Apesar da empresa ainda não exportar para os árabes, existe a intenção da sócia e diretora da Amarjon Biojoias. “Ainda não conhecemos nada desse mercado, por isso nem saberíamos como começar. Entretanto, temos toda intenção de começar a exportar para os árabes, para isso acontecer só precisamos contar com um direcionamento, uma oportunidade vinda de quem entende.”
Produção e expansão da marca
Com matérias-primas vindas dos principais biomas do País, como Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica e Pampa, artesãs contratadas pela Amarjon Biojoias fazem anéis, brincos, pingentes, pulseiras, colares e outros acessórios.
“As folhas são colhidas, desidratadas, impermeabilizadas e metalizadas pelas mãos de nossas habilidosas artesãs. Depois de moldadas e devidamente preparadas, passam para a etapa final: o banho de ouro. O cuidado com que cada peça é trabalhada e a alta camada de ouro aplicada garantem durabilidade e alto padrão de qualidade”, explica Isabel. “Todo processo demora cerca de um mês para ser completado.”
Depois de vender para diferentes estados brasileiros e até para outros países, surgiu a ideia de abrir a primeira loja física. “A gente queria inaugurar a primeira loja física da marca, mas não tínhamos noção de onde ir. Até que uma cliente nossa nos contou que existia um espaço vazio no Eco Resort Arraial d’Ajuda. Abrimos a loja ainda na pandemia, em 2021, e foi um sucesso, porque os visitantes do local, assim como nossos clientes, se preocupam com sustentabilidade e a proteção da natureza”, disse Isabel. O resort fica em um distrito de praia chamado Arraial d’Ajuda, no município de Porto Seguro, na Bahia.
A segunda loja da companhia foi inaugurada no Sheraton Grand Rio Hotel & Resort, no Rio de Janeiro, em setembro de 2023 e em maio deste ano, foi criada a terceira loja no Grand Palladium Imbassaí Resort & Spa, no também distrito litorâneo de Imbassaí do município de Mata de São João, na Bahia.
“A quarta loja vai abrir ainda esse ano e no ano que vem temos outro projeto em mente. Depois de vermos tantos clientes interessados em expandir nossa marca, começamos a pensar em criar franquias. Esse será nosso foco a partir de 2025”, completa a sócia da empresa.
Brincos
Os brincos estão entre os produtos mais vendidos e o público alvo é formado majoritariamente por mulheres entre 35 e 55 anos. Com o objetivo de ampliar esse público, a marca de joias sustentáveis fez uma campanha diferente no Dia das Mães.
“Para atingir mais compradoras, no ano passado desenvolvemos uma campanha de peças iguais para mães e filhas. Fizemos brincos menores que poderiam ser usados por crianças para o Dia das Mães. Teve tanta aderência que as peças continuam sendo vendidas e agora estamos desenvolvendo uma nova coleção infantil.”
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Reportagem de Rebecca Vettore, em colaboração com a ANBA