São Paulo – A feira supermercadista Apas Show começa na próxima segunda-feira (15) no Expo Center Norte, na capital paulista, com o maior espaço já destinado a empresas de países árabes. A participação em 214 metros quadrados e em três diferentes pavilhões, Branco, Azul e Amarelo, é organizada pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Um total de 27 empresas serão expositoras nos espaços.
A Câmara Árabe promove a presença dos árabes na maior feira do setor América Latina há quase uma década. Nesta edição, os árabes se apresentam com um perfil ainda mais diversificado em produtos, oferecendo frutas congeladas e in natura, vegetais, azeites, azeitonas, óleos, doces, chocolates, tomates, tâmaras, bebidas, sementes, cafés, especiarias, produtos de limpeza, entre outros.
“É a nossa maior participação de todos os tempos na Apas, com três espaços e presença diversificada de países do Norte da África, do Golfo e do Levante. Esperamos que essa feira gere grande abertura de mercado para os produtos árabes e que eles possam estar cada dia mais inseridos no Brasil, tanto no consumo final como para ingredientes”, disse para a reportagem da ANBA o secretário-geral e CEO da Câmara Árabe, Tamer Mansour (na foto de abertura, Mansour com a diretora de Marketing e Conteúdo da Câmara Árabe, Silvana Gomes, e o diretor de Novos Negócios da instituição, Guilherme Fedozzi).
Do grupo de empresas, 25 são originalmente de países árabes, do Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Tunísia e Arábia Saudita, e duas são do Brasil, mas têm operações na região. No período da Apas Show, a Câmara Árabe organiza também missões comerciais de países árabes ao Brasil, o que eleva para perto de cem pessoas a quantidade de empresários da região que estarão no País nestes dias chancelados pela instituição.
Na avaliação da entidade, a maior diversificação dos expositores na Apas é um indicativo de que os árabes estão conseguindo avançar no varejo brasileiro e atingiram o momento de buscar espaço nas categorias nobres do setor, de produtos premium, inclusive nos segmentos disputado por marcas competitivas, tradicionais e muito bem-estabelecidas junto ao consumidor do Brasil.
“É um momento novo. Este ano, os árabes chegam para manter a posição competitiva que já detinham no segmento de alimentos étnicos, aproveitando a familiaridade do brasileiro com a culinária sírio-libanesa e a grande quantidade de descendentes de árabes existentes no Brasil, mas, também, com a intenção de explorar de forma séria oportunidades em novas categorias”, diz Silvana Gomes.
Um dos fatores aos quais Gomes credita o maior interesse das empresas árabes pelo Brasil é a prospecção ativa realizada pelos escritórios da Câmara Árabe em Dubai e no Cairo para mostrar a empresas do Golfo e do norte africano as oportunidades do mercado brasileiro a partir de um trabalho estruturado pela entidade.
Segundo Gomes, esse esforço rendeu a presença inédita na exposição de empresas do Iraque e da Arábia Saudita, que participam pela primeira vez da mostra, além de um crescente número de organizações dos demais países. Mansour afirma que também houve um trabalho de marketing e nas mídias sociais conseguindo mostrar aos exportadores árabes a importância de uma feira do tamanho da Apas.
Quem são as empresas e o que oferecem
No Pavilhão Azul expõem as empresas egípcias Oriental Fruits, oferecendo produtos como alhos, laranjas e morangos congelados, Frutella (laranja e toranja), Haggan Group – Altamoura (tâmaras), Dakahlia (azeitonas, azeites, uvas secas e vegetais), GMS Trade (óleo de citronela, cedro e essências), além da Frosty Trade, empresa brasileira que cuida da operação logística de empresas árabes que têm negócios com o Brasil, e da Great Food, empresa de alimentos do Iraque.
No Pavilhão Branco estarão as jordanianas Giant Industrial Group – GiG, com produtos de limpeza, Nafeeseh Sweets (doces), Mahmoud Walid Al-Jitan and Partners Company – Paradise Bakeries (doces árabes), Aghati Sweets (doces), Chocolate Lake Company – Chocolake (chocolates), Al Ameed Coffee – Ameed Food Industries Company (café), Adnan Khudari & Sons Trading Company (especiarias, temperos, ervas, chás, molhos, legumes), além da Med Trading – Al Jazira, de azeite de oliva da Tunísia, e da Skylight, de azeite, azeitonas, tâmaras, morangos congelados e tomates em conserva, do Egito.
No Pavilhão Amarelo, serão expositoras as tunisianas Riviere d’or (azeite de oliva), Nouri Dates – Sapphire International Trading (tâmaras), Ennour Dates (tâmaras), Alta Olea (azeite de oliva), Afrimex Trading (tâmaras) e Asdrubal (azeite de oliva), além das empresas dos Emirados Samasin Investment Group (sementes) e Golden Export (tâmaras), das sauditas Al Jameel, de bebidas, e Jomara – Bateel, de tâmaras, e da brasileira Taybe, que comercializa alimentos e bebidas do Líbano.
Alimentos árabes no mercado brasileiro
Apesar do Brasil importar dos países árabes principalmente produtos petrolíferos e fertilizantes, os países da região também fornecem alimentos ao mercado brasileiro. No ano passado, esses embarques foram de US$ 117,7 milhões e incluíram produtos como sardinhas, azeitonas e laranjas, segundo levantamento da Câmara Árabe.
“Estamos conseguindo incrementar cada dia mais as exportações dos países árabes para o Brasil, equilibrando a nossa balança comercial e diversificando os produtos para além dos petrolíferos e petroquímicos”, afirma Mansour. “Ano passado a importação brasileira de países árabes foi recorde, com domínio de fertilizantes e petroquímicos, mas entendemos que existe abertura para produtos alimentícios e domésticos”, afirma o secretário-geral.
*Com informações da assessoria de imprensa da Câmara Árabe