São Paulo – Uma grife brasileira de tricô, a Maria Pavan, conseguiu se estabelecer no mercado árabe atendendo o consumidor da moda modesta. Os compradores desse segmento normalmente são pessoas que seguem uma religião – como a muçulmana que é predominante em nações árabes – e prezam por roupas confortáveis, neutras e que não expõem muito o corpo. A Maria Pavan, no entanto, foi além dessas características para conquistar esse público no exterior.
“A gente vem com um produto moderno, de qualidade e com uma cara mais fresh, mais jovem, mais contemporânea, respeitando os princípios e as exigências religiosas, mas com um viés mais moderno mesmo”, contou para a reportagem da ANBA a diretora de Exportação e Estilo da marca, Mariana Pavan. A empresa atende esse consumidor não apenas nos países árabes, mas também em outros mercados no exterior em que está, como Estados Unidos.
A Maria Pavan produz peças femininas em tricô, como blusas, casacos, vestidos, saias e calças. Tudo é feito a partir de matérias-primas nobres, tais quais cashmere e seda. No Brasil ou no exterior, a marca está no segmento premium, com consumo entre as classes A e B. Os produtos são comercializados em boutiques, especialmente dentro de shopping centers.
A Maria Pavan foi criada há 40 anos em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. A fundadora, que deu seu nome à grife, começou o negócio fazendo tricôs para empresas de terceiros. Desde o início também eram feitas peças da marca própria, mas elas ganharam um lugar central na operação apenas há cerca de dez anos, com a entrada das filhas de Maria Pavan, a Mariana Pavan e a Maria Letícia Pavan, na empresa. Maria Letícia é diretora Administrativa. Hoje, 90% do faturamento vem da marca Maria Pavan e só 10% do fornecimento a terceiros.
A exportação começou no mesmo período. As portas do mercado internacional foram abertas com a participação em feiras em Paris e em Nova Iorque. Atualmente, a grife atende 12 mercados no exterior, que são Estados Unidos, Colômbia, República Dominicana, Japão, Austrália, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Portugal, Espanha, França, Itália e Reino Unido. Os Estados Unidos são o maior comprador fora do Brasil e a Arábia Saudita é o segundo, de acordo com Mariana.
A entrada na moda modesta começou com os clientes das feiras pedindo alterações nas peças para a adequação à tendência. Surgiu, então, a criação de algumas vestimentas exclusivas para eles. “Em dois a três anos, a gente aprendeu bem o que eles queriam”, relata Mariana. De acordo com a diretora, agora a marca desenvolve coleções para esse público sem que sejam pedidas alterações. “A gente se especializou na exportação de modest fashion, a moda modesta”, diz.
A exportação responde atualmente por 17% do faturamento da Maria Pavan. As compras dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita representam 5% da receita da empresa, ou seja, quase 30% dos embarques internacionais. Como em todos os mercados, são boutiques e lojas de departamento que comercializam os produtos da marca na região. “Agora a gente está mandando (peças) para a Harvey Nichols de Dubai”, conta Mariana.
A diretora de Exportação e Estilo fala que a empresa vem crescendo no mercado árabe, dentro das lojas que já atende, e em número de clientes, conquistando mais pontos de venda. Os novos contatos com os árabes ainda costumam se dar por meio das feiras no exterior. “O cliente te vê uma vez na feira e não compra. No outro ano ele dá mais uma olhadinha e não compra. Daí depois ele te vê pela terceira vez, compra um pouquinho, e depois vai comprando mais. Sinto que o cliente árabe é assim, vai ganhando confiança e comprando mais”, relata Mariana. A empresa quer se expandir ainda mais no mundo árabe.
Exemplo na exportação
A empresa Maria Pavan recebeu o Prêmio Exportação do Rio Grande do Sul, estado onde está localizada, por cinco anos consecutivos, o que lhe conferiu o selo Ouro da premiação. Recentemente, a marca também lançou sua coleção voltada para a exportação, a Export Edition, no mercado brasileiro, oferecendo mais opções para as consumidoras locais. A coleção é diferenciada, com cartela de cores com novas tonalidades e modelagens iguais às vendidas no exterior.
No Brasil, a marca vem aumentando as vendas por e-commerce, que começaram na pandemia e já representam 20% do faturamento. A loja virtual da Maria Pavan está sendo reestruturada e a nova versão será lançada com a próxima coleção de inverno, em março. A Maria Pavan também tem planos de abrir lojas próprias no Brasil. Atualmente as peças são vendidas em comércios multimarcas. “No futuro, o objetivo é colocar a marca em algum shopping de São Paulo”, afirma Mariana. A executiva relata que esse planejamento está sendo traçado agora e que nos próximos dois anos a loja deverá ser aberta.
Contato
Maria Pavan – tricô premium
https://mariapavan.com/
E-mail: vendas@mariapavan.com
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