Rabat – Fadoua Lamrani ficou exultante quando foi contratada como garçonete num restaurante em Marrocos que emprega pessoas com deficiência. “Fiquei muito feliz quando fui chamada para trabalhar aqui”, disse ela à AFP, relatando que antes de conseguir a vaga, em 2016, passava os dias em casa.
Com 33 anos, Lamrani está entre as cerca de 60 pessoas com deficiência que trabalham no restaurante localizado numa fazenda no município de Salé, perto de Rabat, e administrado pelo Centro de Integração e Ajuda pelo Trabalho (Ciat) do Marrocos.
O Ciat é uma iniciativa marroquina, financiada por parceiros públicos e privados, que visa superar as restrições sociais e culturais para que pessoas com deficiência, inclusive intelectual, consigam empregos que teriam dificuldade em obter, disse o chefe do programa, Said Beqqal.
No restaurante de Salé, enquanto alguns dos trabalhadores cozinham e atendem as mesas, outros cuidam do campo, onde são cultivadas as hortaliças, ou do gado.
O Centro Nacional Mohammed VI para Pessoas com Deficiência (CNMH), também no Marrocos, começou em 2010 um programa para ajudar pessoas com deficiência intelectual, que são mais afetadas pelo desemprego, na obtenção de trabalho. É oferecido treinamento em hotelaria, varejo e agricultura.
Trabalhando na fazenda do restaurante de Salé, Imad Moufid, de 31 anos, disse que aprendeu a cultivar todos os tipos de vegetais e frutas. Ele conseguiu o emprego após um treinamento em agricultura e avicultura no CNMH e relata que com isso pode ajudar financeiramente a mãe.
Pessoas com deficiência e o emprego
A taxa de desemprego entre as pessoas com deficiência no Marrocos ficou próxima dos 48% em 2014, os últimos números publicamente disponíveis em pesquisa nacional sobre o assunto. Um cliente que comia no restaurante de Salé disse: “viemos aqui porque é bom e porque é bom participar de iniciativas como esta”.
Além do restaurante em Salé, o Ciat administra outro restaurante com esse perfil em Temara, cidade ao sul da capital, e participa de eventos e feiras para apresentar o trabalho das pessoas com deficiência. No entanto, as ações ainda não conseguem satisfazer as necessidades de emprego de todo esse grupo no país.
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