São Paulo – O Marrocos precisa realizar reformas importantes para poder enfrentar as pressões externas e uma possível piora no cenário econômico internacional. A avaliação é Jean-François Dauphin, que liderou uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao país de 05 a 18 de dezembro. A missão teve como objetivo avaliar a situação do Marrocos após a aprovação de um empréstimo de US$ 6,2 bilhões em agosto deste ano.
“O Marrocos alcançou progressos substanciais ao fortalecer seu crescimento, e na redução da pobreza na última década. Apesar desse progresso, ainda resta muito a ser feito para reduzir o desemprego, principalmente entre os jovens, e melhorar os indicadores sociais, como as taxas de analfabetismo e o acesso igualitário à infraestrutura, serviços de saúde e educação. Neste contexto, são necessárias medidas estruturais para promover um crescimento maior e mais inclusivo, por meio de reformas no mercado de trabalho e de produção, investimento em capital humano e melhorias no ambiente de negócios”, afirmou Dauphin, em comunicado divulgado pelo Fundo.
Segundo o executivo, recentemente o Marrocos foi afetado pela piora da situação econômica na Europa, pelos altos preços do petróleo e dos alimentos e por uma produção agrícola abaixo da média em 2012. De acordo com Dauphin, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ficar em cerca de 3% este ano, apesar da expectativa de que o crescimento em setores não agrícolas fique em 4,5%. Já o déficit em conta corrente deve ultrapassar 8% do PIB.
“No contexto de um ambiente externo difícil, melhorar a competitividade é uma necessidade. Para colher todos os benefícios dos esforços das autoridades para aumentar o mercado exportador, diversificar a produção e atrair mais investimentos estrangeiros diretos, são necessárias reformas estruturais para melhorar o ambiente de negócios e os investimentos em educação e treinamento. Olhando mais à frente, um regime com taxas cambiais mais flexíveis fortaleceria as reformas estruturais para uma maior competitividade e absorção de choques externos”, destacou.
Dauphin declarou ainda que o setor bancário do país permanece forte apesar da crise global e apontou que esforços contínuos para aumentar o crédito financeiro, especialmente nas áreas rurais, ajudariam a ampliar o acesso ao crédito, principalmente por parte das pequenas e médias empresas, contribuindo para um crescimento maior e mais inclusivo.

