São Paulo – O Marrocos precisa promover a inclusão da sua população nas reformas estruturais que estão sendo feitas na sua economia. Esta é uma das recomendações feitas por técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) que visitaram o país neste mês para fazer a primeira revisão de um empréstimo de US$ 6,3 bilhões liberado em agosto de 2012.
Pelo acordo, o país pode sacar o dinheiro para equilibrar suas contas em caso de choques externos. Esta linha de crédito, chamada Precautionary Liquidity Line é concedida, segundo o FMI, a países com sólidas estruturas econômicas que são, contudo, vulneráveis a crises internacionais.
De acordo com a avaliação do FMI, o Marrocos adotou nos últimos dez anos uma política macroeconômica “segura” que resultou em crescimento sólido, baixa inflação e redução da pobreza. Mesmo assim, os técnicos do fundo afirmam que o desemprego entre a população jovem continua elevado e que o Marrocos deve se concentrar em promover o crescimento inclusivo.
“O acordo [de empréstimo] vai continuar a apoiar o programa de reformas das autoridades locais, que tem como meta obter um crescimento elevado e mais inclusivo”, afirma comunicado da instituição.
A vice-diretora-gerente e presidente em exercício do FMI, Nemat Shafik, afirmou que o governo mantém o compromisso de manter a estabilidade fiscal já com o orçamento deste ano e afirmou que será importante para país avançar em reformas como a do sistema previdenciário. “É necessário preservar espaço fiscal para apoiar o crescimento maior e mais inclusivo”, afirmou a executiva do Fundo.
O comunicado do FMI também recomendou que o Marrocos precisa se preparar para responder aos choques externos e afirmou que o país deveria adotar uma taxa de câmbio mais flexível para aumentar sua competitividade no comércio exterior.
“Na última década, progresso substancial tem sido feito para melhorar os indicadores sociais. No entanto, é preciso que existam esforços contínuos para aumentar o crescimento e torná-lo mais inclusivo, notadamente ao impulsionar a geração de empregos, em particular entre os jovens, reduzir desigualdades de renda e aumentar o acesso aos sistemas de saúde e educação”, afirma o comunicado do Fundo.

