São Paulo – O novo cenário das relações entre o Brasil e os países africanos e a atuação do Marrocos como um facilitador para negócios na África subsaariana serão debatidos no seminário Assessing and Redefining Policies towards Africa in a New Global Scenario: Intersecting Perspectives between Brazil and Morocco. O encontro ocorre dia 17 de julho, das 09h às 17h30, na capital paulista. A participação é gratuita e as inscrições estão abertas.
O seminário é organizado pelo Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes), think tank com sede no Rio de Janeiro, e pelo OCP Policy Center, centro de estudos marroquino. Os palestrantes serão representantes dos setores público e privado do Brasil e do Marrocos.
“O Brasil teve uma política mais ativa na África, principalmente no governo Lula, com a abertura de embaixadas em diversos países e a exportação de serviços de engenharia, principalmente em países de língua portuguesa”, lembra Pedro da Motta Veiga, diretor do Cindes.
Ele explica que, com o fim dessa política de aproximação, que inclui hoje a discussão do fechamento de embaixadas e a extensa crise na qual estão envolvidas importantes empreiteiras que antes atuavam nos países africanos, o Brasil está em um momento de revisão de seu posicionamento no continente. “O seminário irá tratar os desafios do lado africano e como o Brasil se coloca diante disso”, conta.
Nesse cenário, o Marrocos entra como um parceiro interessante a ser considerado, na avaliação do executivo. “É um país que atraiu muita produção de automóveis e também têxteis e aeronaves. O Marrocos também tem interesse na produção agrícola do Brasil. É um país que tem um bom potencial para ser olhado como parceiro do Brasil”, analisa Veiga.
Para ele, o Marrocos pode representar uma porta de entrada para outros mercados do continente, especialmente da África Subsaariana. “O Marrocos tem uma política muito ativa na África Subsaariana. É um parceiro bom para o Brasil poder explorar outros países nos quais ele tem pouca presença”, aponta o diretor do Cindes, afirmando que o Marrocos tem a África como prioridade de seus negócios.
Entre os mercados que o Brasil poderia atingir por meio de uma cooperação com o Marrocos estão Costa do Marfim, Guiné, Togo, Benin e Senegal. “É um conjunto de países francófonos onde o Marrocos tem presença importante de comércio e de investimentos”, conclui.
Relações econômicas
Michel Alaby, diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, será um dos palestrantes do painel Relações Econômicas Marrocos-Brasil: Situação atual e perspectivas que se cruzam para uma cooperação mais ampla com a África.
“Vou falar do comércio, das barreiras existentes no comércio, das dificuldades de se negociar o acordo Mercosul-Marrocos. Vou tratar também dos investimentos marroquinos aqui e do trabalho da Câmara Árabe e o que ela pode oferecer”, conta o executivo.
Alaby considera que os países do continente americano como um todo e os da África são os pilares de produção de alimentos no mundo, enquanto a Ásia representa o grande consumidor dessa produção.
Segundo ele, uma parceria entre o Brasil e o Marrocos poderia representar um importante alicerce no fornecimento de alimentos para outras nações.
A organização do seminário conta com o apoio do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Serviço
Seminário Assessing and Redefining Policies towards Africa in a New Global Scenario: Intersecting Perspectives between Brazil and Morocco
Dia 17 de julho, das 09h às 17h30
Local: Rua Surubim, 504, 9º andar – São Paulo – SP
A programação completa do seminário pode ser vista no link https://goo.gl/VmmGW1
Inscrições gratuitas pelo link https://goo.gl/4AfsFr