São Paulo – O Marrocos e a Palestina participam da 44ª Abav Expo, feira do setor de turismo na cidade de São Paulo, com o objetivo de atrair mais turistas brasileiros. O Marrocos recebeu pouco mais de 26 mil visitantes do Brasil no ano passado e planeja abrir um escritório oficial de turismo – que chama de delegação – no País em 2017 para reforçar as suas ações de promoção. A Palestina recebe de 40 mil a 50 mil brasileiros por ano, segundo estimativas.
O Marrocos tem na mostra um estande amplo, em uma área central e com arquitetura lembrando as construções marroquinas. O espaço, bem movimentado, apresenta aos operadores uma ampla possibilidade de turismo no país árabe, mas o foco principal são os roteiros voltados para as cidade imperiais e o deserto. Investindo na atração de brasileiros há alguns anos, os marroquinos descobriram que os viajantes do País gostam destas duas rotas.
“Percebemos que os brasileiros buscam viagem de cultura no Marrocos, querem conhecer outra identidade cultural”, afirmou à ANBA o diretor-geral da delegação oficial de Turismo do Marrocos em Lisboa, Abdellatif Achachi. O executivo fica na capital portuguesa e de lá responde também pelo Brasil. O objetivo, porém, é ter uma delegação própria em terras brasileiras, o que pode acontecer no ano que vem, segundo Achachi.
Ele conta que o que o fato do Marrocos ser um reino chama a atenção dos brasileiros. “Temos uma história de 1.200 anos”, afirma, sobre o tempo que a realeza está à frente do país. Ele cita ainda o reinado atual, de Mohammed VI, e a ligação forte que o povo marroquino tem com o rei. Um roteiro turístico que mostra a história local e a cultura é o de cidades imperiais, no qual os visitantes conhecem Rabat, Fez, Meknès e Marrakech. Esse é o produto mais vendido do Marrocos pelas operadoras de viagens no Brasil, de acordo com Achachi.
Outro tema de interesse dos brasileiros, o deserto, não se apresenta no Marrocos apenas como uma vasta extensão de areia, como em muitas outras regiões do mundo. “Nosso deserto é cheio de gente, há cidades, o povo, oásis, palmeiras”, afirma o diretor-geral. Achachi conta sobre outros roteiros interessantes no país e diz que eles serão mais explorados depois destes dois. Um deles é o das cidades históricas de herança portuguesa na costa.
Há dois anos o Marrocos estabeleceu a meta de atrair 100 mil brasileiros por ano até 2020. A meta segue em pé, mas Achachi não tem certeza se ela poderá ser cumprida até a data estipulada. Ele explica que ela foi definida antes da crise econômica brasileira. Mas mesmo com as condições locais da economia, o Marrocos conseguiu atrair mais turistas brasileiros no primeiro semestre de 2016. O crescimento sobre o mesmo período do ano anterior foi de 6%. O avanço de 2015 sobre 2014, porém, foi bem maior, de 17%, e o crescimento em 2014 sobre 2013 foi de 26%. “Houve um abrandamento, mas ainda é positivo”, afirma o executivo.
O afã em atrair brasileiros é também para acompanhar o crescimento da companhia aérea local, a Royal Air Maroc, no Brasil. No final de outubro, a empresa vai operar no País com um Boeing 787 que será capaz de transportar 273 pessoas. A capacidade do atual avião em uso, o Boeing 767, é de 240 passageiros. A companhia também aumentou sua frequência de voos semanais, de três para quatro. “Serão mais de mil assentos por semana”, afirma Achachi.
Palestina
A Palestina já é expositora tradicional na feira Abav Expo. De acordo com a coordenadora de Promoção Turística do Departamento Geral de Marketing e Mídia da Palestina, Sahar Rishmawi, que está no Brasil para a mostra, o país participa da feira desde 1999. Ela conta que os brasileiros procuram a Palestina principalmente para o turismo religioso, para conhecer a Terra Santa, e visitam pontos tradicionais como a Igreja da Natividade e o Campos dos Pastores, em Belém, ou o Santo Sepulcro, em Jerusalém.
A Palestina, porém, vem crescendo também na atração de turistas com outros interesses. É o que Rishmawi chama de turismo responsável, no qual os viajantes conhecem a realidade local e como vivem os palestinos. Ela conta que o país recebe muitos europeus com esse propósito, em roteiros com visitas a moradores e almoços com eles, rotas de bicicleta para conhecer a natureza, acompanhamento da colheita de azeitonas, participação em festivais locais, entre outros.
De acordo com a coordenadora, esses roteiros são oferecidos às operadoras brasileiras pela Palestina, além dos religiosos. No estande do país árabe na Abav Expo, o Departamento de Rishmawi participa como representante oficial do país, ao lado do setor privado. O turismo é a mais importante fonte de receitas para a Palestina, de acordo com a coordenadora. Sobre os números de brasileiros que visitam a Palestina (entre 40 mil e 50 mil), ela esclarece que é apenas estimativa e que não são exatos em função das dificuldades fronteiriças. "Pode ser mais, pode ser menos", diz.
A feira Abav Expo começou na quarta-feira (28) e seguirá até esta sexta-feira (30) no Expo Center Norte.


