Dubai – Com sete andares e diversas salas que contam sobre oportunidades e a história do país, o pavilhão do Marrocos chama a atenção entre os pavilhões de países da Expo 2020 Dubai, que ocorre nos Emirados.

Localizado no distrito Oportunidade, o prédio de quatro mil metros quadrados e 33 metros de altura foi projetado pelo arquiteto marroquino Tarik Oualalou, inspirado pelas aldeias marroquinas do Sul do país e foi feito inteiramente de barro, utilizando uma técnica de construção tradicional marroquina, em que a terra é comprimida em caixas de madeira, chamadas de taipas. Essa técnica berbere ajuda a regular a temperatura interna em locais quentes e áridos.

A jornada começa com um vídeo de cerca de dois minutos com imagens do país árabe do Norte da África, seus símbolos, sua gente, gastronomia e paisagens. Então os visitantes são levados por um grande elevador até o sétimo andar, e de lá, vão descendo pelos corredores em rampa por um pátio interno, como em uma espiral. Este pátio é considerado um elemento espacial importante na arquitetura tradicional marroquina, e as salas de exposição pelo caminho vão contando a história das regiões e culturas do país.

Na primeira sala, o pavilhão convida o visitante a conhecer o mais antigo crânio de Homo Sapiens já encontrado no mundo, datado de 315 mil anos. A descoberta foi publicada em 2017 no país árabe por um time de pesquisadores do Instituto Nacional de Arqueologia e Patrimônio de Rabat, capital marroquina. A sala apresenta uma réplica do crânio.

As histórias do Argan são contadas por personagens femininas em diferentes épocas no país. Elas mostram como o óleo de Argan é importante para a economia local, e um produto único, que só se encontra no Marrocos.
Uma sala que remete a uma botica, ou uma antiga farmácia, inebria com os aromas perfumados das ervas e especiarias cultivadas no país, como calêndula, menta e rosas e traz uma experiência interativa e olfativa.

Uma obra de arte original foi criada especialmente para o pavilhão marroquino pelo artista Hassan Darsi. Em um jogo de luz e sombras e cores das madeiras, é possível ver o continente africano ao tirar uma foto da escultura.

Em uma sala cheia de portas típicas marroquinas (foto de capa), o pavilhão mostra dados de sustentabilidade e a intenção de seguir rumo a um modelo de energia descarbonizada. O país tem como objetivo aumentar a participação da produção de eletricidade a partir de fontes renováveis para mais de 52% até 2030.

O pavilhão apresenta ainda uma pequena galeria com obras de arte moderna de artistas marroquinos desde o início do século 20 e a influência de artistas ocidentais, até a independência do país em 1956 e a retomada às origens marroquinas e a busca pela identidade. A obra de Ahmed Cherkaoui, de 1962, mostra bem esse período.
Oportunidades em um país jovem, inovador e em constante transformação são a proposta do pavilhão, que mostra ainda o compromisso do país com um futuro mais sustentável para o planeta. O pavilhão oferece uma das melhores vistas da Expo em seu topo, e ainda dois restaurantes, um de cozinha fina no último andar, e outro de comida de rua, no térreo.
Após a Expo 2020 Dubai, o pavilhão será transformado em um conjunto habitacional, seguindo os princípios da sustentabilidade. O edifício incluirá apartamentos, uma piscina de 80 metros quadrados, uma academia e uma sala comum.


