São Paulo – A empresa Masdar, de Abu Dhabi, especializada em geração de energias limpas, pretende investir US$ 200 milhões em uma usina de geração eólica na fronteira com a Arábia Saudita. Será a primeira grande usina do país, segundo matéria publicada pelo jornal The National, de Dubai.
Abu Dhabi quer gerar 7% de sua energia elétrica a partir de fontes alternativas nos próximos nove anos e o vento apresenta boas oportunidades para o emirado. Apesar da região do Golfo não ter muito vento, fabricantes de turbinas eólicas estão desenvolvendo pás que permitam maior geração a partir de ventos mais fracos, como aqueles da região.
"Estamos sob certa pressão pois o governo estipulou a meta de 7% de geração limpa até 2020, então temos um longo caminho a percorrer", declarou Olaf Goebel, chefe do departamento de engenharia de geração da Masdar ao jornal. A Masdar, empresa do grupo de investimentos Mubadala Development, do governo de Abu Dhabi, está extraoficialmente responsável por alcançar a meta do emirado.
Já há duas usinas de geração elétrica limpa em desenvolvimento em Abu Dhabi, a Shams 1 e Nour 1, ambas solares com capacidade de 100 megawatts. A usina eólica que está sendo construída será a primeira empreitada da Masdar na geração eólica em escala comercial. O grupo já estuda outra unidade, menor, na ilha Sir Bani Yas.
A unidade da fronteira com os sauditas deve ter capacidade de geração de 100 megawatts. "Na geração elétrica, 100 megawatts não é nada,” declarou Goebel, "podemos construir fazendas com capacidade de geração de 300 megawatts”, explicou ele.
A área da Masdar onde será construída a usina tem ventos mais fortes e fica próxima à cidade de Silah. Segundo Goebel, a Masdar deve assinar o contrato para início das obras de instalação das turbinas em janeiro de 2012 e as usinas devem começar a fornecer energia dois anos mais tarde.
Em março, a Masdar e suas parceiras no Shams 1 – a francesa Total e a espanhola Abengoa Solar – firmaram um contrato para empréstimo de US$ 600 milhões para o projeto das usinas solares.
A geração eólica ainda requer subsídios para ser competitiva, segundo Karim Nassif, analista da Standard & Poor’s de Dubai. "Este projeto vai demonstrar qual será o interesse do mercado de capitais e do setor bancário nestes projetos,” declarou Nassif. “Pois é um projeto eólico, não solar, o primeiro do gênero”, explicou o executivo.
*Tradução de Mark Ament

