São Paulo – A necessidade de identificar o ponto de maturidade de uma empresa para exportação antes mesmo de iniciar este processo foi ressaltada por executivos da Câmara de Comércio Árabe Brasileira na palestra “Oportunidades de exportar para Países Árabes” ministrada nesta quarta-feira (24). A conferência online aconteceu em parceria com o Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), de Sorocaba, interior paulista. O programa é oferecido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) visando que empresas iniciem o processo de exportação de forma planejada e segura.
A palestra contou com participação de Daniela Leite (foto acima), gerente comercial, Karen Mizuta, consultora de Negócios Internacionais, e Marcus Vinícius, coordenador da Inteligência de Mercado, todos da Câmara Árabe.
Para Leite, identificar a etapa na qual as empresas estão em relação à internacionalização é primordial para traçar um bom plano de ação. É com esse dado em mãos que a marca poderá receber assessoria customizada e entrar em um novo mercado preparada. “A Câmara Árabe representa 22 países árabes. Nosso papel é auxiliá-los na estratégia de onde começar e como começar, fazer essa análise de mercado prévia e juntos encontrarmos oportunidades”, afirmou.
Mizuta contou que a área de consultoria internacional foi criada na Câmara Árabe para auxiliar nas diferentes etapas da internacionalização e que os seus focos são capacitar a empresa, dando auxílio efetivo, com assessoria de especialistas. “Visando a comercialização do seu produto no mercado árabe”, falou.
Entre os principais produtos na pauta de embarques brasileiros aos árabes, hoje, estão a soja, carne de frango, carne bovina. Neste sentido, Marcus lembrou que há exigências específicas para produtos de origem animal, e que é preciso atenção tanto das empresas que exportem diretamente o produto, quanto das que têm mercadorias que possam ter contato com esses produtos. “Para qualquer produto que tenha carne de frango ou bovina, existe a necessidade da certificação halal, que atesta que o produto segue orientações e costumes muçulmanos. Isso é mandatório para as carnes em si e para produtos que passam por algum processo de industrialização que tenham algo oriundo da carne, como por exemplo a gelatina”, explicou.
O executivo frisou, ainda, a possibilidade de colocação da marca em zonas francas, muito incentivadas em países árabes. Para decidir por opções como essa, é preciso uma análise que passa por entender em qual momento a empresa está.
“Para as pequenas, é preciso entender primeiro a regulamentação destes mercados. Produtos de origem animal, como o Marcus citou, ou que possam ter contato com eles, necessitam de certificação halal. E nós fazemos esse levantamento de informações, também sobre a embalagem e como ir se adequando às exigências de cada mercado”, pontuou Mizuta.
Já para empresas mais maduras no mercado internacional, a consultora explica que o estudo de viabilidade inclui outros passos, como a própria implementação de plantas produtivas no exterior. “Neste caso, precisamos entender qual seria a melhor localidade, se na Arábia Saudita ou no Egito, por exemplo, com informações técnicas e tributárias para que a empresa possa ter todos os auxílios e informações para montar seu plano de negócios e viabilizar de forma mais segura a entrada no mercado”, afirmou ela.