São Paulo – Após respostas implementadas pelo governo da Mauritânia à pandemia de covid-19, o país está no caminho da recuperação econômica, mas enfrenta uma série de desafios. O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou relatório nesta sexta-feira (10) detalhando a situação do país, após visita liderada pelo diretor executivo adjunto do FMI, Kenji Okamura, e encerrada também nesta sexta-feira.
No final do mês de janeiro, o fundo aprovou acordo para liberar duas linhas de créditos no valor de US$ 86,9 milhões para a Mauritânia. Okamura disse que a reação determinada do país à pandemia, junto com considerável apoio financeiro internacional, colocou a Mauritânia no caminho da recuperação.
Choques como guerra da Rússia na Ucrânia e tensões regionais, porém, estreitaram o espaço para a interferência política na economia, um cenário que se apresenta enquanto o país ainda enfrenta necessidades significativas em desenvolvimento humano e de infraestrutura. De acordo com o FMI, a elevação dos preços internacionais das commodities causaram pressão inflacionária e insegurança alimentar na Mauritânia.
Dados preliminares indicam que o déficit em conta corrente tenha dobrado para 16,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, por causa dos preços externos de alimentos e energia e da queda de preços do minério, que o país produz. No final de 2022, as reservas internacionais caíram para US$ 1,9 bi contra US$ 2,3 bi em 2021.
A estimativa é que o crescimento do PIB da Mauritânia tenha ficado em 5,3% no ano passado, com grande peso da recuperação do setor extrativo. A inflação desacelerou para 10,3% na taxa anual registrada em janeiro deste ano, contra 12,7% em outubro de 2022. O FMI afirma que ela caiu em resposta ao aperto da política monetária local.
No material divulgado, Okamura parabeniza o país pelo lançamento do programa de reforma econômica que será apoiado pelo FMI. Ao liberar recursos, o fundo acompanha a implementação de medidas econômicas no país. O programa visa preservar a estabilidade macroeconômica do país, fortalecer a política fiscal e monetária, além de consolidar as bases para um crescimento sustentável e inclusivo, e reduzir a pobreza, segundo o FMI.