São Paulo – A Mauritânia tem crescido nos últimos anos e deverá continuar a crescer em 2012. O país também aumentou a arrecadação de impostos e soube prevenir sua população da seca que atingiu o continente africano em 2011 e causou insegurança alimentar na região. No entanto, a Mauritânia precisa se esforçar para diversificar as exportações e para reduzir os altos índices de desemprego e de pobreza. Essas são algumas das conclusões a que chegaram diretores do Fundo Monetário Internacional (FMI) que visitaram o país em julho. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (16) pela instituição.
Segundo o FMI, a Mauritânia tem uma pauta de exportações pouco diversificada, baseada sobretudo em ouro, minério de ferro e peixes, que a deixa vulnerável ao preço dos metais e a mudanças na demanda global. “Em médio prazo, o principal objetivo da Mauritânia deve ser a diversificação da economia para além das exportações de commodities para que o crescimento seja mais inclusivo e reduza a pobreza”, afirmou o FMI.
Embora o relatório não divulgue qual a parcela da população que não tem trabalho, afirma que os níveis de desemprego são “elevados” e que aproximadamente 42% da população é pobre. Na avaliação dos diretores do FMI, uma forma de reduzir o desemprego e a pobreza seria investir em atividades que exijam mão de obra intensiva, como a agricultura.
De acordo com o relatório, o Produto Interno Bruto (PIB) da Mauritânia deverá crescer 5,7% em 2012, na comparação com 2011, ano em que o aumento do PIB foi de 4,1%. Na avaliação do FMI, o país está crescendo porque a receita obtida nos setores de construção e mineração tem sido suficiente para compensar as perdas provocadas pela seca de 2011.
“Políticas prudentes contribuíram para manter a estabilidade, apesar do aumento dos preços internacionais de combustíveis e alimentos. A consolidação fiscal continuou pelo terceiro ano consecutivo, com elevados ganhos em mineração e uma grande arrecadação de impostos que mais do que compensou o programa de emergência colocado em prática em 2011, para reduzir o impacto dos altos preços dos alimentos e de energia sobre os mais vulneráveis”, afirmou o comunicado do Fundo.
O FMI prevê crescimento para a Mauritânia em 2012 também porque culturas que foram afetadas pela seca em 2011, como a de cereais, estão se recuperando neste ano. A inflação deverá continuar estável em 5,9% porque os preços de energia e de alimentos deverão cair. No entanto, o FMI acredita que a economia ficará mais exposta ao cenário externo neste ano porque o país de 3,4 milhões de habitantes ainda administra os prejuízos causados pela seca, está fazendo grandes investimentos em energia e construindo um aeroporto.

