São Paulo – Os países árabes consumiram em 2013 cerca de US$ 26 bilhões em produtos de beleza e higiene pessoal. De olho neste mercado, empresas brasileiras do ramo participaram nesta quarta-feira (23) do Workshop Mundo Árabe – Estudo de Mercado do Setor de HPPC para Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Egito.
O evento foi uma preparação para a feira Beautyworld Middle East, que ocorre de 27 a 29 de maio, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e foi realizado na sede da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), na capital paulista.
Michel Alaby, diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, mostrou que em 2012 os árabes importaram US$ 6,27 bilhões do mundo em produtos de beleza e higiene pessoal. “Há um potencial de importação muito grande nestes países”, afirmou.
Os Emirados foram responsáveis por 35% destas importações. “Via Emirados, vocês atingirão um mercado de 1,2 bilhão de pessoas”, ressaltou Alaby, lembrando que o país do Golfo reexporta para outras nações da região e de fora dela.
O Brasil ainda tem uma fatia pequena deste mercado. Em 2013, o País exportou apenas US$ 10,90 milhões em produtos do ramo aos países árabes. “Os produtos capilares são os principais itens que a gente vende”, disse Alaby.
Alaa Eldin Aly, chefe do escritório comercial do Egito em São Paulo, defendeu a instalação de companhias brasileiras em seu país. Ele destacou que o Egito tem acordos com 20 países da África, que permitem aos produtos ali fabricados serem exportados sem o pagamento de impostos.
“Em 2013, exportamos US$ 350 milhões em produtos cosméticos e importamos US$ 500 milhões. Os mercados para os quais mais exportamos são a Arábia Saudita, Sudão, Iraque e França, e os produtos que mais exportamos são sabonetes medicinais e pasta de dentes”, contou o diplomata. Já os maiores fornecedores do Egito são França, Itália e China. Em relação aos produtos, os mais importados são gel para barbear e perfumes.
“Nosso mercado está aberto para as importações e para as exportações do Brasil. Penso que as empresas brasileiras poderiam participar de feiras no Egito e também de missões para lá”, afirmou Aly. Segundo ele, produtos feitos com ingredientes da Amazônia teriam um bom espaço no mercado egípcio.
Daniel Oliveira, gerente de Inteligência de Mercado da Abihpec, apontou que a Arábia Saudita responde por 41% do que é consumido em produtos de beleza e higiene pessoal no mundo árabe, com US$ 4,12 bilhões. “Apesar de ser o 21º consumidor mundial, a Arábia Saudita é o 10º maior consumidor de fragrâncias e o 14º em cuidados para o sol”, afirmou o executivo. “É um consumo bastante expressivo e vem aumentando cada vez mais”, acrescentou. Os Emirados são o 47º mercado mundial de produtos do ramo, enquanto o Egito ocupa o 56º lugar.
Oliveira ressaltou que 87% das fragrâncias consumidas pelos sauditas são "premium". Já no Egito, mostrou o executivo, os principais produtos cosméticos vendidos são os voltados para o público masculino.
A feira
Este ano, a Beautyworld Middle East terá a participação de 15 empresas brasileiras integrantes do projeto Beautycare Brazil, coordenado pela Abihpec e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Segundo dados da Abihpec, das 50 empresas participantes do projeto, 24% exportam para os Emirados, 22% vendem para a Arábia Saudita e 13% para o Egito. Todas as companhias que vão ao evento de Dubai este ano são fabricantes de produtos para os cabelos.
“Este ano teremos pela primeira vez uma área de experimentação [de produtos]”, contou Gueisa Silvério, gerente do Beautycare Brazil. Segundo ela, a possibilidade de mostrar adequadamente os cosméticos na feira traz mais valor à participação das empresas no evento.
Uma das companhias que vai à feira no Oriente Médio é a Studio Hair Professional. A empresa integra a Beautyworld Middle East desde 2007. “A participação ano passado foi muito positiva. Eu consegui abrir alguns clientes e, este ano, estou indo novamente para ter um relacionamento mais próximo com eles”, conta o diretor André Boldarim.
Pela feira, a Studio Hair Professional conquistou clientes em países como Emirados, Arábia Saudita, Egito, Kuwait Bahrein e Jordânia. A empresa, que fabrica produtos para tratamento capilar, alisamento, hidratação, manutenção e uso diário, participa do evento desde 2007 e começou a exportar para os árabes em 2012.
Estreante na Beautyworld, a indústria Prolab, de itens para tratamento e coloração de cabelos, exporta para a Inglaterra, Espanha, Portugal e Colômbia, entre outros países. Agora quer expandir suas vendas aos países árabes. “A gente tem interesse em abrir esse mercado para a exportação. É um mercado aberto à aquisição de novos produtos e a possibilidade [de vender para lá] realmente é interessante”, afirmou Eliana Guerra, diretora financeira da empresa.


