São Paulo – Exportar frutas para os países árabes pode ser um bom negócio para os fruticultores da região Nordeste do Brasil. As oportunidades de vendas para um mercado que já tem o hábito consumir frutas como maçã, laranja, goiaba, abacaxi, uva, limão, pêssego e manga, foram apresentadas pelo secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, durante a programação da Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (Expofruit), que termina neste domingo (07), em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
“Há grandes possibilidades de comercialização das frutas brasileiras no mercado árabe. A importação de gêneros alimentícios cresce nos países árabes, que já consomem produtos tipicamente brasileiros”, afirmou Alaby no encontro com empresários na sede do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Segundo Alaby, entre as vantagens que abrem as portas do mercado árabe para os produtores brasileiros, destaque para a diversidade de produtos da fruticultura nacional, entre eles o guaraná, que normalmente é associado ao Brasil. Outro ponto favorável é a rota diária aérea São Paulo/Dubai pela empresa de aviação Emirates, que garante qualidade para o produto e maior tempo para o consumo das frutas.
Participaram do encontro cerca de 50 empresários, em sua maioria exportadores de frutas para Estados Unidos e países da Europa, além de representantes do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). “Combinamos de continuar a conversa para realizar uma missão comercial, em 2010, para três países árabes: Arábia Saudita, Emirados Árabes e Kuwait, com o objetivo de promover as frutas e atrair investimentos em turismo”, explicou Alaby.
O secretário do Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, Francisco Segundo de Paula, demonstrou empolgação com a possibilidade de buscar novos mercados para as frutas produzidas no estado. “Queremos levar o melão potiguar para apresentar ao mercado árabe e intensificar as exportações. Temos clima e solo propício para a fruticultura em nosso estado, o que confere qualidade e sabor para nossas frutas. A intenção é abrir novos horizontes e manter portas abertas para ambos os mercados”, disse ele em nota divulgada pelo Sebrae.
A feira
A Expofruit reúne produtores, importadores, distribuidores, fornecedores e participação de delegações de vários países. Essa edição conta com 330 estandes. A programação do evento inclui palestras científicas, workshops e rodadas de negócios nacional e internacional promovidas pelo Sebrae.
Nas rodadas do ano passado foi registrada uma expectativa de negócios de US$ 12 milhões. Neste ano, estiveram presentes grupos portugueses, espanhóis, ingleses e canadenses. Das empresas compradoras brasileiras a maioria é de São Paulo.
Frutas in natura e em polpas, banana processada, farinha, flores tropicais, artesanato, mel, castanha de caju, cachaça e produtos orgânicos são expostos por produtores apoiados por projetos do Sebrae/RN.
O município de Mossoró, onde ocorre a Expofruit, está localizado num dos maiores pólos nacionais de melão, no Vale do Açu, que é também o segundo maior exportador de frutas frescas irrigadas. No ano passado, o vale exportou 92,5 mil toneladas de melão a US$ 65 milhões.
Entre os maiores do mundo
O Brasil é um dos três maiores produtores de frutas do mundo. Sua produção superou 43 milhões de toneladas em 2008, o que representa 5% da produção mundial, ficando atrás apenas da China e da Índia. Cerca de 53% da produção brasileira é destinada ao mercado de frutas processadas e 47% ao mercado de frutas frescas. Existe hoje um mercado externo potencial acessível à fruticultura brasileira de 28,3 milhões de toneladas. Esse é o panorama da exportação brasileira, segundo o Ibraf.
Atualmente a produção brasileira está voltada para frutas tropicais, subtropicais e temperadas, graças à extensão territorial do país, posição geográfica, solo e condições climáticas. São 500 variedades de plantas produtoras de frutas comestíveis e 220 espécies de frutíferas nativas somente na Amazônia. O setor emprega 5,6 milhões de pessoas, o que equivale a 27% da mão-de-obra agrícola. Gera oportunidades de dois a cinco postos de trabalho na cadeia produtiva por hectare cultivado e está fundamentado em pequenas e médias propriedades.

