São Paulo – Empresas que participam feira Expo Revestir, em São Paulo, estão animadas com o atual momento do setor e preveem crescimento de pelo menos 30% no faturamento este ano. O principal motivo para o bom humor do mercado é o aquecimento do ramo da construção que, segundo estima o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), cresceu 3,6% em 2011.
De acordo com Fernando Argemiro, gerente de marketing da Gail, que produz placas cerâmicas, o faturamento da empresa cresceu 22% de 2009 para 2010 e 34% de 2010 para 2011. Ele acredita que, neste ano, o desempenho poderá ser ainda melhor. Na Expo Revestir, diz, já está sendo. “Temos recebido um fluxo grande de pessoas no estande. Este ano está melhor do que em 2011, porque também temos muitos lançamentos.”
A gerente geral de exportações da Gail, Marlene Romano, afirma que a empresa cresce também em função do bom desempenho do mercado externo. Ela observa que o Oriente Médio é um dos mais importantes destinos dos produtos exportados.
“A Arábia Saudita chegou a ser o nosso principal mercado [externo] em 2009. O desempenho das exportações foi muito bom em 2008, depois caiu com a crise econômica, se recuperou, mas agora está abalado de novo por causa desta crise”, observou. Ela também disse que o setor da construção aquecido impulsiona as vendas da empresa.
Quem prevê faturar cerca de 30% a mais este ano é a Itagres. Para isto a empresa de Santa Catarina aposta nas vendas das cerâmicas de uma linha de produtos que imita mármores nobres. “Vendemos principalmente para Dubai. São os clientes desta região que compram os maiores volumes da linha Lumière [que reproduz o mármore nobre]”, disse a gerente administrativa de vendas, Paula Machado Isidoro.
As expectativas com o Oriente Médio são grandes, pois, segundo Paula, o desempenho da empresa na feira de construção de Dubai, a Big 5, realizada em Dubai no fim de 2011, foi melhor do que o registrado em outras participações. A receita das vendas para o exterior corresponde a 6% do faturamento da empresa.
Árabes
Onze árabes do setor de arquitetura, construção e engenharia estão no Brasil a convite da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), com apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Eles foram à exposição na terça e nesta quarta-feira (07). Alguns pretendem fazer negócios com os expositores. É o caso do CEO da empresa jordaniana Archisys, Jamal Naber.
“Os produtos brasileiros são muito bons porque têm ótima qualidade, um design atual e se mostram muito funcionais para as nossas necessidades. O preço também é muito bom em comparação com os concorrentes europeus”, afirmou. A gerente executiva da empresa, Baria Abu Ghosn, apreciou a qualidade dos produtos, mas disse que há casos em que o preço cobrado pelos brasileiros pode melhorar. Ela observou que as cerâmicas brasileiras oferecem características “únicas” para o comprador.
Uma dessas características é que os produtos podem ser “adaptados” às encomendas dos clientes, sejam em relação ao tamanho ou em relação às cores. Marlene Romano, da Gail, diz que, por causa deste motivo, uma negociação com um cliente estrangeiro pode demorar até dois anos.
Coordenador de negócios da empresa SEG Qatar, Nasri Ayoub observou que os produtos brasileiros têm qualidade para competir com os similares produzidos na Espanha, Itália e Turquia, que hoje são seus principais fornecedores. No entanto, ele afirma que os preços é que indicarão se a sua construtora poderá comprar daqui. “Também precisamos considerar que, por causa da distância, um produto brasileiro demora mais tempo para chegar do que os dos outros países”, disse.