Dubai – O mercado de alimentos e produtos industrializados halal movimenta anualmente US$ 580 bilhões em todo o mundo. Deste montante, a América Latina é responsável por US$ 1 bilhão, sendo o Brasil um dos países mais beneficiados com o crescimento deste mercado.
Os dados foram apresentados nesta terça-feira (22) por Ayman Hamed, diretor de marketing do grupo Al Islami, em um almoço promovido pela Dubai Chamber. A Al Islami, sediada em Dubai, é a primeira marca halal do Oriente Médio.
O almoço foi organizado como evento paralelo à Gulfood, feira de alimentos que termina amanhã, em Dubai, para promover encontros entre os expositores internacionais e compradores locais de alimentos.
O grupo Al Islami começou a operar em 1981, com a importação de frango congelado do Brasil. Atualmente, a empresa trabalha o conceito de que o halal representa qualidade de vida, pois além de uma exigência religiosa, sua produção implica em uma série de cuidados sanitários.
“Quanto mais as empresas percebem que o halal é uma vantagem e não um gasto extra, mais elas vêm para este mercado”, afirmou, reforçando que há um grande espaço a ser ocupados por empresas produtoras de itens halal.
Segundo o executivo, nos Estados Unidos, por exemplo, os muçulmanos gastam cerca de US$ 16 bilhões ao ano com produtos kosher, devido à falta de produtos halal. “Nos Estados Unidos, para cada produto halal, existem 86 kosher”.
Hoje, o mercado halal atende a 1,8 bilhão de muçulmanos nos cinco continentes.
Câmara de Comércio de Dubai
Para Hamad Buamim, diretor-geral da Dubai Chamber, o Brasil pode se beneficiar de oportunidades importantes no emirado não somente na área de alimentos e bebidas, mas também nos setores de saúde e no comércio em geral. “O comércio sempre foi a história de Dubai e continuará sendo sua plataforma”, afirmou.
A Dubai Chamber deve promover uma missão ao Brasil ainda no primeiro semestre deste ano, para a discussão da realização de um seminário anual entre São Paulo e Dubai. O assunto é levado adiante também pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
O governo de Dubai também pediu o apoio da Câmara Árabe para sediar o Congresso Mundial das Câmaras de Comércio, evento que acontece a cada dois anos. Em 2011, a reunião será no México, enquanto Dubai trabalha para conquistar a edição de 2013.
“Há também conversas para que a Câmara de Comércio Árabe Brasileira esteja presente na edição do México”, afirmou Hassan Al Hashemi, diretor de Relações Externas.
Em relação às companhias brasileiras de alimentos, Al Hasehi disse que “sua presença aqui tem se expandido muito. A principal razão disso é que Dubai funciona como um centro de distribuição da região. Então, há muitas empresas que se instalam aqui por este motivo”.