São Paulo – O mercado mundial de bens de luxo deve encerrar os quatro primeiros meses deste ano com queda de 15% a 20%. O percentual é indicado no estudo Luxury Goods Worldwide Market Share, feito pela empresa Bain & Company, empresa de consultoria com presença nos quatro continentes. O setor deve movimentar US$ 153 bilhões contra US$ 170 bilhões nos mesmos meses do ano passado.
A pesquisa indica que este mercado vai se estabilizar a partir da segunda metade do ano, mas mesmo assim haverá queda líquida de 10% no ano. A Bain estima diminuição nas vendas de 15% para as Américas e de 10% para Europa e Japão. Os três são os principais mercados de artigos de luxo do mundo, com 80% do total. O consumo na China deve crescer 7% e no Oriente Médio 2%.
"Os consumidores de artigos de luxo estão gastando menos, viajando menos e se sentem menos confiantes. Os fabricantes também estão sentindo os reflexos da forte pressão e redução de preços das lojas de luxo", diz a autora do estudo, Claudia D’Arpizio, sócia da Bain e especialista no mercado de luxo.
O setor de vestuário deverá sofrer o maior impacto, com queda de 15% nas vendas. A comercialização de relógios e jóias deverá recuar 12% e couro, sapatos e acessórios 10%. O consumo de cosméticos e perfumes deve ficar estável, segundo o estudo. De acordo com Claudia, os consumidores tendem a optar por artigos de menor preço, mas se mantém fiéis às marcas, em períodos de recessão como o atual.
Esse mercado, porém, de acordo com a executiva, tem boas perspectivas no longo prazo. Isso porque novos consumidores devem ingressar nele. Entre eles estão mulheres executivas, gerações mais novas com novos gostos e estilos e homens mais dispostos a se auto-presentearem. O número de consumidores com renda alta, mais de US$ 1,5 milhão ao ano, também deverá crescer 6% neste ano na China.

