São Paulo – Desde o final do ano passado foram embarcados do Brasil quase 200 caminhões médios da marca Mercedes-Benz para Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Arábia Saudita, Catar, Omã, Egito e Líbano. Os envios começaram depois que a multinacional alemã Daimler AG, controladora da Mercedes-Benz, definiu que o País passaria a ser o fornecedor deste tipo de caminhão para os países árabes.
“São caminhões médios de nove a 17 toneladas, que servem para distribuição geral ou para serviços municipais, como caminhões de lixo, caminhões com caçamba ou frigoríficos para o transporte de alimentos”, explica Fábio de Mesquita Souza, gerente-sênior de Exportações da Mercedes-Benz do Brasil.
Os modelos exportados aos árabes são o Accelo 915 e os Atego 1418 e 1725. A expectativa da empresa, de acordo com Souza, é faturar entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões este ano com a venda destes caminhões aos árabes.
Segundo o executivo, a decisão de colocar o Brasil como fornecedor de caminhões àquela região foi tomada porque a Daimler entendeu que os veículos fabricados aqui têm um perfil mais adequado aos mercados do Oriente Médio.
“São caminhões mais robustos que os fabricados no mercado europeu. Eles foram feitos para rodar em estradas com menos infraestrutura”, diz Souza sobre os veículos produzidos aqui. “O Brasil também produz caminhões com o mesmo padrão de emissão de CO2 que se usa nesses países”, detalha o executivo.
Souza conta que a Daimler tem um escritório em Dubai e representantes em cada país árabe para o qual a empresa exporta. Estes representantes são donos de uma ou mais concessionárias nestes locais.
“A ideia é que as concessionárias tenham um estoque mínimo [de caminhões] para atender a demanda”, aponta Souza. Por enquanto, as vendas têm sido feitas por encomendas. O maior pedido embarcado para a região foi de 40 unidades compradas por um concessionário do Egito para revender ao governo daquele país.
Souza se mostra otimista quanto às perspectivas de negócios futuros para os países árabes. “A gente acredita que deve conseguir vender, no mínimo, mil unidades por ano, mas o mercado é muito maior que isso. Tem muito mais oportunidades”, avalia.
Além dos países mencionados para os quais a Mercedes-Benz do Brasil já fez embarques, a unidade brasileira vai atender aos mercados do Irã, Bahrein, Kuwait e Iraque. “Há um projeto separado analisando a possibilidade de fornecermos caminhões também para a Argélia”, revela o gerente. Segundo ele, os mercados com maior potencial na região para este segmento são Egito, Argélia e Arábia Saudita.
As peças de reposição também serão enviadas do Brasil. “Os concessionários têm todo o apoio da Mercedes para garantir o pós-vendas. Há a recomendação de um estoque mínimo de peças e os concessionários já foram instruídos a fazer o primeiro estoque de peças”, afirma.
Hoje, a Argentina é o principal destino das exportações de caminhões da Mercedes-Benz do Brasil. A produção brasileira abastece ainda outros países da América Latina e algumas nações da África.