São Paulo – Os países islâmicos do Oriente Médio e as nações do sudeste asiático foram os principais destaques das operações do frigorífico Minerva Foods no mercado externo neste ano. Em encontro com jornalistas promovido pela empresa nesta segunda-feira (09) em São Paulo, o presidente da companhia, Fernando Galetti de Queiroz, afirmou que estes mercados deverão continuar a crescer em 2014 e se manter como alguns dos principais clientes da empresa.
“Estamos muito focados nos mercados emergentes, especialmente em locais como China e sudeste asiático, uma das áreas mais pujantes. O Oriente Médio foi muito relevante porque estamos cada vez mais especializados em abate halal (que segue as regras islâmicas) e nos mercados muçulmanos”, afirmou Queiroz. Embora estas regiões tenham se destacado nos negócios da empresa, Queiroz não descarta obter bons resultados com as exportações à América Latina, Estados Unidos e Europa. Essas regiões, afirmou Queiroz, estão reduzindo o tamanho de seus rebanhos e deverão importar mais.
Por outro lado, observou Queiroz, a América do Sul é “protagonista” na produção de carne, pois tem área para pasto, grande quantidade de bezerros e capacidade para atender a demanda. A Minerva, que tem sede em Barretos, no interior de São Paulo, tem 11 unidades no Brasil, Paraguai e Uruguai.
Receitas com exportação
Embora ainda não tenham encerrado as contas de 2013, os representantes da Minerva preveem que as receitas obtidas com exportações deverão corresponder a 70% do faturamento deste ano. Os 30% restantes serão gerados com vendas no mercado interno, em que o foco da companhia é o pequeno e médio varejo. Segundo o vice-presidente de Finanças da Minerva Foods, Edison Ticle, a expectativa é que a receita com o mercado externo seja ainda maior em 2014 do que os 70% previstos para este ano.
O motivo para o crescimento da participação do mercado externo é o dólar valorizado em relação ao real. Neste ano, a moeda norte-americana se valorizou aproximadamente 15% e as negociações de dólar no mercado futuro indicam que a moeda irá se valorizar mais no próximo ano.
Queiroz e Ticle também afirmaram que a presença internacional da empresa poderá crescer e chegar a novos mercados em 2014 devido ao acordo celebrado em setembro em que a Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), comprou 3% das ações da Minerva. A IFC é o banco de investimentos do Banco Mundial. Para os executivos da Minerva, esta negociação pode facilitar sua participação em alguns mercados porque a IFC tem muitos escritórios em países em desenvolvimento, que são mercados-alvo da companhia.
“A parceria com a IFC abre oportunidades de negócios em outros países e deveremos ter muitas oportunidades na Ásia e na África. Eles têm escritórios em países em desenvolvimento, que podem alavancar oportunidades comerciais”, afirmou Queiroz.
A empresa também aguarda para o próximo ano a aprovação, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), da negociação em que a Minerva assume a operação de bovinos da BRF. O negócio foi anunciado no começo de novembro e, pelos termos do acordo, a BRF repassa suas plantas de carne bovina em Mato Grosso em troca de uma participação de 15% no capital da Minerva. Queiroz afirmou, porém, que as plantas da BRF não serão contempladas no orçamento do próximo ano porque a empresa não sabe quando o CADE aprovará o negócio. O órgão de defesa da concorrência tem um ano para avaliar a negociação.


