São Paulo – O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (na foto, 2º da dir. p/ esq.) ressaltou a importância das relações com os países árabes e a China e disse que recomendou à futura ministra, Tereza Cristina, que ela viaje para esses mercados logo no início do novo governo para manter a boa relação e a posição do Brasil comercialmente. A fala ocorreu durante evento de balanço de sua gestão frente à pasta nesta sexta-feira (14), em Brasília.
“Encontrei com a Tereza e não fiz pedidos, mas apenas uma observação a ela sobre a questão do mercado internacional, que nós tanto trabalhamos e tivemos muito sucesso na abertura de novos mercados. Disse que esse trabalho deve continuar, não só o de abrir novos mercados, mas o de manter os mercados que já temos”, disse o ministro. O novo governo começa em 1º de janeiro de 2019.
Ele ressaltou ainda a importância de se manter uma boa relação com os mercados chinês e árabe, com visitas frequentes. “Fiz seis viagens à China nesse período que estou aqui; ir à China, conversar com os ministros correspondentes e com as empresas chinesas é muito importante. Chineses, árabes, eles gostam muito que você esteja presente, de conversar olho no olho, para transmitir a eles que o nosso país quer tê-los como parceiros, que nós somos parceiros confiáveis; nós não ficamos disputando hegemonia mundial da economia, de política, de território, não”, enfatizou, ainda comentando a conversa com a futura ministra.
No ano passado, por exemplo, Maggi esteve no Kuwait, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Catar, à frente de uma delegação empresarial. A missão contou com o apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e participação do presidente da entidade, Rubens Hannun. Antes, em 2016, o ministro esteve no Marrocos para a COP 22, conferência da ONU sobre o clima realizada em Marrakech.
O ministro também recebeu delegações de países árabes no Brasil e este ano voltou aos Emirados para participar de uma feira de investimentos agropecuários. Quando do lançamento do novo site da ANBA, em março de 2018, Maggi deu uma entrevista exclusiva à agência destacando a importância dos mercados árabes. Outras autoridades da pasta também lideraram missões à região e o Mapa organizou a participação de empresas brasileiras nas duas últimas edições da Sial Middle East, feira da indústria alimentícias em Abu Dhabi.
Para Maggi, “o Brasil é um país que deve seguir o seu rumo, seu ritmo, se transformando no maior produtor agrícola do mundo, e pecuário também, vendendo nossas mercadorias e garantindo a qualidade e a frequência de entrega dessas mercadorias”.
O ministro afirmou que Tereza Cristina deverá dar continuidade ao trabalho feito nos últimos anos, mas pode enfrentar desafios com a aglutinação de novas atribuições, como assuntos fundiários e agricultura familiar, que serão incorporadas ao ministério, e a reintrodução da secretaria da Pesca na pasta, que “demandarão muita energia da parte dela”, disse.
Maggi falou ainda sobre a importância de manter o nome do ministério, e disse que cumprimentará o presidente eleito Jair Bolsonaro “se ele realmente for contrário à mudança do nome atual do Ministério”. Para ele, a mudança pode implicar em despesas elevadas, já que deverão ser alterados certificados e embalagens da indústria. “Além disso, até os chineses que não falam português se referem a pasta como Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). É assim que eles tratam o ministério”, enfatizou.
O ministro afirmou que em seus dois anos e sete meses no cargo foram introduzidos 78 novos produtos na pauta de exportação para 30 países. O ministro informou também que a previsão é de que o ano de 2018 feche com novo recorde de exportações no agronegócio, ultrapassando a marca de US$ 100 bilhões. O recorde atual é de US$ 99,9 bilhões, de 2003.
De acordo com ele, 1.070 ações foram realizadas no âmbito do programa Agro+, por meio de normas que contribuíram para desburocratizar a atividade, com a participação de 153 entidades representativas do agronegócio. Na área de Defesa Agropecuária, foram 400 novos registros agroquímicos, aumentando as opções de produtos de uso agrícola.