São Paulo – Os ministros do Comércio e Indústria do Egito, Marrocos e Jordânia participaram da abertura do Fórum Econômico Brasil & Países Árabes de forma virtual e apresentaram as oportunidades para brasileiros em seus países. A ministra do Comércio e Indústria do Egito, Nevine Gamea (foto acima), disse que há possibilidades de investimentos no mercado egípcio em transporte, peças de reposição, medicamentos, indústrias de engenharia e têxtil, energias novas e renováveis.
Ela contou das relações profundas e históricas entre o Egito e o Brasil e disse que o Brasil é o maior parceiro comercial do Egito na América Latina, com intercâmbio comercial de cerca de US$ 2,5 bilhões em 2021.
A ministra convocou os brasileiros a visitarem o Egito para conhecer o progresso e as conquistas da economia local nos últimos anos e para identificar oportunidades de cooperação para a industrialização dentro do território egípcio. Segundo ela, produzindo no Egito os brasileiros podem se beneficiar dos acordos de livre comércio que o país tem com mais de 80 países, o que permite a exportação sem taxas.
Gamea afirmou que o acordo de comércio livre Egito-Mercosul ajudou no aumento da competência das exportações do Egito, além de melhorar a entrada dos produtos, não só no Brasil, mas em todo o Mercosul. Segundo ela, o mercado brasileiro representa ponto de partida regional para despachar e comercializar as mercadorias nos países vizinhos. A ministra disse que as exportações egípcias ao Brasil aumentaram com o acordo, de US$ 155 milhões em 2017 para US$ 541 milhões em 2021.
A ministra contou de algumas conquistas importantes da economia egípcia durante os dois anos da pandemia de covid-19, com o Produto Interno Bruto (PIB) alcançando crescimento de 3,3% no ano fiscal 2021/2020. Gamea disse que a Fitch (agência de classificação de risco de crédito) elogiou o desempenho, descrevendo a egípcia como a maior entre as economias emergentes.
Hidrogênio verde do Marrocos
O ministro do Comércio e Indústria do Marrocos, Ryad Mezzour, contou dos esforços do seu país pela sustentabilidade, desde a produção de hidrogênio verde até a busca por atender 52% das suas necessidades elétricas através de recursos renováveis até o ano 2030, uma vez que é plano do país preservar o meio ambiente e contar com energia limpa.
Mezzour explicou que as repercussões econômicas das sucessivas crises nos últimos dois anos, especialmente da pandemia de coronavírus levaram os países a tomarem decisões econômicas duras. O Marrocos destinou US$ 12 bilhões para apoiar a economia no ano atual. Ele disse que o país começou a construir as bases da decolagem econômica há vinte anos e hoje tem uma infraestrutura que o permite decolar. Mezzour descreveu a infraestrutura local como uma das melhores da África e mundo.
O ministro falou também do porto marroquino de Tanger, que descreveu como maior do Mediterrâneo, contou da forte indústria automobilística do país e das exportações locais de produtos alimentares e têxteis, além das importantes indústrias química e de engenharia instaladas. Segundo Mezzour, o Marrocos é membro de alianças e blocos econômicos que fazem com que os produtos fabricados localmente alcancem 2,3 bilhões de consumidores sem pagamento de taxas alfandegárias.
Mezzour disse que o Marrocos tem um acordo de facilitação de investimentos com o Brasil, além do acordo para não bitributação de transporte aéreos e marítimos. De acordo com o ministro, há apoio ao investimento local e estrangeiro e clima de investimento atraente para empresários no Marrocos.
Jordânia quer mais do Brasil
O ministro do Comércio, Indústria e Abastecimento da Jordânia, Youssef Al-Shamali, disse no fórum que as relações entre a Jordânia e o Brasil são históricas e antigas, mas que na área econômica não estão à altura das capacidades dos países ou dessa relação histórica. Segundo Al-Shamali, o volume de intercâmbio comercial foi de US$ 425 milhões em 2021, número muito fraco em relação às oportunidades, e que esse montante tem possibilidade de dobrar em curto período.
O jordaniano contou da visita que o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Marcos Montes, realizou ao seu país neste ano e na qual foram feitos acertos sobre a exportação de fertilizantes da Jordânia para apoiar o setor agrícola brasileiro, que foi afetado pela guerra da Rússia e Ucrânia. Al-Shamali convidou as empresas brasileiras a investirem na Jordânia e aproveitarem as oportunidades promissoras oferecidas pelo governo para os investidores estrangeiros. Ele disse que a Jordânia pode ser uma janela para empresas brasileiras no Oriente Médio.
Al-Shamali parabenizou a Câmara de Comércio Árabe Brasileira por seus 70 anos e disse que o fórum organizado pela entidade é considerado uma plataforma para discutir e desenvolver as relações econômicas e para resolver os problemas que enfrentam os investidores do Brasil e países árabes.
Fórum no Brasil
O Fórum Econômico Brasil & Países Árabes é realizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira em parceria com a União das Câmaras Árabes e apoio da Liga dos Estados Árabes, e patrocínio da Travel Plus, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Fambras Halal, Embraer, Parque Tecnológico Itaipu, Pantanal Trading, Embratur, Khalifa Industrial Zone Abu Dhabi (Kizad), Cdial Halal, Modern Living, BRF, Egyzone/AM Development, Antika/Openet BV, First Abu Dhabi Bank, Egyptian Financial & Industrial Co. (EFIC), Suez Company for Fertilizers Production (SCFP), Cooperativa Agropecuária de Boa Esperança (Capebe), Prima Foods e Afrinvest.
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