São Paulo – Uma missão brasileira realizada à Argélia abriu mais caminhos para um comércio direto, sem intermediários, entre brasileiros e argelinos. Lideradas pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em uma ação com a Câmara de Comércio e Indústria da Argélia e apoio da Embaixada do Brasil em Argel, seis empresas brasileiras participaram de agenda com o setor privado argelino de 3 e 5 de dezembro.
“Ao que parece, a Argélia está determinada em promover a aproximação com o Brasil”, disse para a reportagem da ANBA o presidente da Câmara Árabe, William Adib Dib Junior, que chefiou a missão. A grande maioria dos empresários da Argélia adquire produtos importados através de trading francesas, de acordo com Dib. A ideia é que a partir dos contatos ocorridos na missão, possa haver comércio direto.
“Durante as apresentações ficou clara a disposição em ampliar os horizontes do comércio entre os países”, disse Dib. Ele afirma que durante as rodadas e visitas às empresas, diversos empresários receberam solicitação para apresentação de orçamento. “Sempre em relação as matérias primas”, afirma Dib. A Argélia incentiva o fornecimento de produtos industrializados nacionais e suas importações têm foco nos insumos.
A programação foi aberta com seminário na Câmara de Comércio e Indústria da Argélia, no qual o presidente da instituição, Chebab Tayeb, deu as boas-vindas, e no qual falaram o ministro conselheiro da Embaixada do Brasil em Argel, Bruno Luiz dos Santos Cobuccio, o presidente da Câmara Árabe e a diretora de Promoção e Apoio Econômico do Ministério das Relações Exteriores da Argélia, Nafaa Sihem. Entre os participantes estava o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Boumerdes, Charef Rabah.
No encontro houve ainda palestra sobre o ambiente de negócios na Argélia pela Agência Argelina de Promoção de Investimentos e os empresários brasileiros tiveram a oportunidade de se apresentar e fazer networking com os argelinos. “A presença dos empresários argelinos foi expressiva e depois aconteceu a rodada de negociações, com muitos empresários presentes de diversos setores”, disse Dib.
Entre outras atividades, a delegação brasileira visitou as empresas Groupe Bellat e Groupe LaBelle. A Bellat é especializada em produtos cárneos, como cachirs, patês e assados defumados, e se posiciona como referência no mercado argelino agroalimentar. Na LaBelle, os brasileiros conheceram a produção de café e o refinamento de açúcar. Segundo Dib, 60% do café utilizado é brasileiro, assim como 100% do açúcar.
As empresas brasileiras participantes da missão foram Manuel & Vitta, Prime Company, Timbro, BRA Commodities, Aurea Internacional Agronegócio e TPJ. Pela Câmara Árabe, além de Dib, participou da missão a diretora de Relações Institucionais da instituição, Fernanda Baltazar.
De acordo com dados Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) do Brasil, organizado pela Câmara Árabe, em 2024 o Brasil exportou US$ 2,5 bilhões para a Argélia, com açúcar, milho, soja e minério de ferro como principais produtos embarcados. No mesmo período, o Brasil importou US$ 1,4 bilhão da Argélia, principalmente em petróleo bruto, petróleo refinado e fertilizantes nitrogenados.
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