São Paulo – Cinco dos seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) – Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Bahrein e Kuwait – mantém a meta de criar em 2010 uma moeda única, similar ao euro, segundo o presidente do Banco Central do Catar, Abdullah Saud Al Thani. A informação é do jornal Khaleej Times, de Dubai.
"Nossa meta continua sendo 2010 e vamos trabalhar muito para alcançar nossos objetivos", declarou Al Thani. No entanto, o secretário-geral do GCC, Abdulrahman Al Attiyah, declarou em março que não será possível manter esse cronograma, acrescentando que ainda não foi estipulada uma nova data para o lançamento da moeda. Omã, sexto país do bloco, desistiu da idéia de união monetária em 2007.
Em reunião do grupo em 05 de maio, foi decidido que o banco central do bloco ficará na Arábia Saudita, a maior economia da região, mas os Emirados declaram ter "reservas" contra a escolha, segundo matéria publicada pela agência Emirates News Agency. Além disso, fontes do governo do país e do GCC informam que será difícil alcançar a união monetária em 2010, pois ainda restam muitas dificuldades técnicas.
Os Emirados, segundo reportagem do jornal Emirates Business 24/7, de Dubai, acreditam ter direito a sediar o BC pelo fato do país não abrigar nenhuma das quase 20 instituições do GCC. “É por isso que os Emirados acreditam ter o direito de sediar o Banco Central”, declarou o secretário-geral assistente para assuntos econômicos do bloco, Mohammed Al Mazroui, ao jornal árabe Okaz.
"Como membro do GCC, sou a favor dos países do bloco entrarem em acordo nessa área, mas não sei como as reservas dos Emirados afetarão o plano. Com relação à meta para a moeda única [em 2010], isso depende do sucesso que teremos nas negociações internas, mas acho que os países do bloco vão prosseguir mirando esta meta", acrescentou Mazroui.
Para ele, a Arábia Saudita apresenta todas as condições necessárias para sediar o Banco Central do Golfo, mas acrescentou que todos os outros países da região também têm esta capacidade.
Além do mais, nos últimos meses os bancos centrais dos países do bloco passaram a atuar de forma mais independente para resolver problemas de liquidez causados pela crise econômica mundial. Desde setembro do ano passado, quando os bancos centrais do grupo aprovaram a criação da união monetária, o processo tem progredido pouco.
O Catar, um dos países do Golfo que pretendia sediar o Banco Central do bloco, declarou estar contente com a escolha da capital Saudita, Riad, para sediar o órgão, segundo Al Thani. "Nos esforçaremos ao máximo para alcançar a união do GCC", declarou.
*Tradução de Mark Ament

