São Paulo – Exportadores de móveis do pólo moveleiro de Ubá, em Minas Gerais, lucram com a venda de peças para o exterior e para lugares como a Arábia Saudita. O país árabe compra, em média, US$ 200 mil por mês em produtos da região. Neste ano, as vendas deverão subir para US$ 250 mil por mês.
A Arábia Saudita, contudo, não é o único país que compra móveis produzidos em Ubá. De acordo com dados da Associação de Lojistas e Representantes de Móveis de Minas Gerais (Alormov), os Estados Unidos são, no mercado externo, os maiores clientes de móveis produzidos pelas empresas do pólo. Os norte-americanos compram, em média, US$ 2 milhões por mês, seguidos pela Itália, que compra US$ 600 mil todos os meses.
Vice-presidente executivo da Alormov, José Oscar da Silva, afirma que as vendas para o exterior começaram em 2006, quando o Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind) criou um comitê de exportação. A proposta era que o comitê ajudasse as empresas de Ubá a exportar.
"A economia brasileira está indo bem, as classes C e D estão comprando móveis e o mercado interno está aquecido. No entanto, no mundo globalizado, não podemos contar apenas com uma fonte de receitas. Temos que ter exportações para que a nossa economia também fique equilibrada", afirma Silva.
Ele afirma que móveis para dormitório são os mais vendidos para os sauditas. "Eles compram grande quantidade de camas sem cabeceira, bicamas e até tricamas. Também sofrem com a falta de espaço", diz Silva. O tipo de madeira varia, mas a principal matéria-prima dos produtos exportados é o eucalipto com enxerto de outros tipos de madeira, como sucupira, cerejeira e mogno. A folha de eucalipto é muito leve. Por isso, as mudas são plantadas com enxertos de madeiras mais resistentes para que os móveis sejam mais fortes. O eucalipto pode ser cortado cinco anos depois de plantado. Nas madeiras nobres esse prazo é de 25 anos.
A região de Ubá tem aproximadamente 450 empresas produtoras de móveis, que vendem entre R$ 300 mil e R$ 400 mil por mês em móveis. O faturamento médio mensal dos fabricantes é de R$ 135 milhões. As exportações chegam a US$ 10 milhões por mês. "As nossas exportações são recentes, pois começaram em 2006. No entanto, elas crescem um pouco a cada ano. As receitas deverão aumentar", afirma Silva.