São Paulo – Empreender na Arábia Saudita e nos países do Golfo é uma oportunidade crescente de negócio que será explorada por um grupo de brasileiras. Os caminhos para investir no país e como explorar seus mercados foram apresentados no “Seminário Comitê Wahi – Missão Arábia Saudita” promovido na manhã desta terça-feira (26) em São Paulo, na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. A instituição realiza uma missão de mulheres para o país do Golfo em maio (na imagem acima, o Seminário Wahi com o CEO da Câmara Árabe, Tamer Mansour, em primeiro plano).
Uma conversa entre lideranças femininas foi mediada pelo secretário-geral e CEO da Câmara Árabe, Tamer Mansour, que afirmou que a Arábia Saudita é e continuará a ser um destino sagrado para todos os muçulmanos, mas que o país está se abrindo para o exterior e busca atrair turistas, além daqueles que peregrinam anualmente para a cidade de Meca. Citou como exemplo desta busca recente por turistas a realização do Grande Prêmio de Fórmula 1 em Jeddah.
A diretora de Relações Institucionais da Câmara Árabe, Fernanda Baltazar, comentou sobre sua experiência como liderança feminina da instituição e em sua relação com os países árabes e as lideranças femininas que encontrou neles. Citou, como exemplos, uma mulher na liderança de pequenas empreendedoras da Mauritânia, técnicas e cientistas no Marrocos e uma médica oncologista saudita. Sobre a Arábia Saudita, Baltazar disse que o país tem lideranças jovens, bem-preparadas, internacionalizada e com um grande interesse por tecnologia em um mercado de elevado poder de compra. “Há também abertura e intenção de que o país se internacionalize e que as pessoas de negócios circulem por ali”, disse Baltazar.
A vice-presidente de Sustentabilidade da Syngenta, Grazielle Parenti, afirmou que a Arábia Saudita está passando por transformações grandes e muito rapidamente, mas que valores que são caros aos árabes, como a confiança, continuam a ser essenciais para contatos duradouros e realização de negócios. Ela disse que o Brasil pode desfrutar das oportunidades que surgem com a Visão 2030 do país, plano estratégico que busca diversificar sua economia para além da produção petrolífera. “A sustentabilidade é uma agenda que pode trazer oportunidades para o Brasil. E existe dinheiro para investir, o que faz toda a diferença”, afirmou.
Também diretora da Câmara Árabe, a jornalista Renata Maron lembrou que sua primeira viagem ao país foi em 2019 e que retornou para lá recentemente. “De 2019 para cá, a Arábia Saudita avançou 50 anos em cinco”, resumiu. Ela exemplificou a transformação pela qual o país passa ao citar a mudança da rede de mídia MBC, que se mudou de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para Riad em 2022. “A maioria de quem está na liderança são mulheres e fazem questão de mostrar isso”, disse Renata.
Vice-presidente de Comunicação e Marketing da Câmara Árabe, Silvia Antibas apresentou o seminário e disse que a instituição criou o comitê Wahi “para dar visibilidade ao protagonismo das mulheres e conectar brasileiras e árabes”. Também participou do seminário e apresentou as oportunidades do mercado saudita às empreendedoras brasileiras a presidente do Comitê Wahi e diretora da Câmara Árabe, Alessandra Frisso.