São Paulo – Falta menos de um mês para o pontapé inicial da Copa dos Refugiados, torneio de futebol anual organizado pela ONG África de Coração em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (Acnur), Caritas Arquidiocesana de São Paulo e o Serviço Social do Comércio (Sesc) com times formados por refugiados, solicitantes de refúgio e migrantes que residem na capital paulista. Como aquecimento, as instituições organizam neste domingo (30) a Copa Integração, outro torneio de futebol, mas com formação e regras um pouco diferentes.
Para começar, os times serão mistos. Homens e mulheres, independentemente de suas nacionalidades, entrarão juntos nos campos do Sesc Itaquera, a poucos quilômetros de distância da Arena Corinthians, o Itaquerão, sede da abertura da Copa do Mundo de 2014.
“Nossa ideia é quebrar o machismo, muito presente em algumas culturas de onde vêm os refugiados. Queremos misturar tudo”, explicou Abdul Jarour, coordenador da África de Coração que há três anos veio de Aleppo, na Síria, buscar refúgio no Brasil.
Segundo ele, a organização pretende dar mais espaço para as mulheres, uma vez que os refugiados não são exclusivamente do sexo masculino. “Há até uma mudança de cultura: no passado, o homem saía primeiro em busca do refúgio e depois buscava a família. Hoje em dia, há casos em que a família sai antes e o homem fica no país por mais um tempo”, contou.
Ao contrário da Copa dos Refugiados, que reúne atletas por país, a Copa Integração terá equipes multiétnicas, quebrando mais um paradigma. Jarour diz que serão formadas seis equipes com três homens, três mulheres e um goleiro cada.
Os atletas serão selecionados pelos abrigos públicos paulistanos convidados pela organização – Casa de Passagem Terra Nova, Casa de Acolhida Nossa Senhora Aparecida, Sefras Migrante, Arsenal da Esperança, Casa São Lázaro, Associação Palotina e centro de imigrantes da Missão Scalabriana.
“Esta é uma forma de valorizar as diferenças, sejam elas de gênero, cultura, nacionalidade ou idade. Essas diferenças são apenas elementos que enriquecem a sociedade, contribuindo para o respeito e para a diversidade”, afirmou em nota Jean Katumba, refugiado congolês e idealizador do projeto, que vive no Brasil há quatro anos.
A organização acredita que pessoas provenientes de mais de 20 países participarão do torneio, mas não pôde garantir a presença de nenhum árabe. Porém Jarour acredita que algum refugiado dos países da região comparecerá. Talvez até algum atleta seu: o sírio será o treinador do time de seu país na Copa dos Refugiados, que começa em agosto.
A entrada é gratuita para quem quiser assistir à competição, que começa às 10 horas de domingo (30). A Netshoes e a Sodexo são patrocinadoras do torneio.
Serviço
Copa de Integração das pessoas refugiadas e migrantes
Data: 30 de julho
Local: Sesc Itaquera
Horário: das 10 às 16 horas
Entrada gratuita
Mais informações: https://www.facebook.com/events/224846764682461/