São Paulo – A princesa jordaniana Muna Al-Hussein, mãe do rei do país, Abdullah II, defendeu nesta quarta-feira (28), em São Paulo, a necessidade de investimentos na área da saúde nos países em desenvolvimento. Ela participou da abertura da 8ª Conferência da Rede Global de Centros Colaboradores da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Enfermagem e Obstetrícia, que segue até sexta-feira (30).
“As diferenças (na área da saúde) em países ricos e em desenvolvimento são muito grandes. Mais de um milhão de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza”, afirmou Muna, que é presidente do Conselho de Enfermagem da Jordânia, para uma platéia de mais de 400 pessoas, entre enfermeiros, obstetras, professores universitários e estudantes.
De acordo com ela, o mundo enfrenta grandes desafios na área da saúde que afetam os países mais pobres. Doenças crônicas, HIV, malária, desnutrição e tuberculose foram algumas das doenças citadas por Muna, que estão mais concentradas em países de baixa e média renda. A desnutrição, por exemplo, é responsável por um terço das mortes infantis no mundo. "Pessoas em países em desenvolvimento morrem em função de fatores que poderiam ser evitados (com um sistema melhor na área da saúde)", disse.
Muna declarou ainda que é preciso elevar o nível dos profissionais de enfermagem e obstetrícia para evitar o aumento do número de algumas doenças. Segundo ela, existe uma má distribuição desses profissionais entre as áreas urbanas e rurais.
A princesa também defendeu a necessidade de investimentos em recursos humanos, de uma coordenação mais forte e trabalho integrado em comunidades mais carentes e de maior apoio do governo e ONGs nos serviços de saúde.
Por meio de um vídeo, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, falou que a igualdade no sistema de saúde da população é um dos Objetivos do Milênio, da Organização das Nações Unidas (ONU). Como Muna, Margaret afirmou que o segredo está no treinamento de profissionais e na renovação da atenção primária (primeiros cuidados) à saúde.
Na abertura, também estavam presentes a secretária-geral da Rede Global de Centros Colaboradores da OMS, Isabel Costa Mendes, o reitor da Universidade de São Paulo (USP), João Grandino Rodas, e o diretor do departamento de ações programáticas do Ministério da Saúde, João Luiz Telles.