São Paulo – As principais economias do Oriente Médio e Norte da África devem ter uma inflação média de 12% em 2011, de acordo com informações divulgadas na 14ª Conferência para Investidores e Empresários, que ocorre na Jordânia. A situação econômica da região foi um dos temas discutidos durante o encontro, do qual participa o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, junto com cerca de 500 empresários, executivos e representantes de câmaras bilaterais e entidades setoriais do país e exterior.
Segundo dados divulgados na conferência, o Produto Interno Bruto (PIB) do mundo árabe deve avançar 3,5% em 2011, diante de projeção anterior de 6,5%. "A inflação também está rondando os países árabes, principalmente em função do preço dos alimentos”, afirmou Alaby, com base nas palestras que ouviu em Amã. Algumas nações da região, principalmente os produtores de petróleo, subsidiam o valor dos alimentos para a população, o que ajuda a conter a inflação.
A taxa de desemprego preocupa as economias árabes e os participantes da conferência concordaram na necessidade de desenvolver um plano estratégico para o mundo árabe, incluindo reformas econômicas e políticas, políticas educacionais, desenvolvimento de recursos humanos, privatização de empresas públicas, desburocratização administrativa, facilitando investimentos estrangeiros, entre outras medidas.
De acordo com Alaby, um dos grandes problemas do Oriente Médio e Norte da África é a baixa participação da indústria no PIB dos países. Ela atinge em média 15%, enquanto que em países desenvolvidos responde por 25% a 30%. A maioria dos países árabes tem sua indústria baseada quase que exclusivamente no petróleo. Por isso mesmo, o mundo árabe vem fazendo esforços para atrair capital estrangeiro na indústria e outras áreas.
Durante a conferência em Amã foram apresentadas oportunidades de investimentos na Jordânia. “Há oportunidades em serviços de irrigação, agricultura, turismo, infraestrutura, produção e distribuição de energia, tecnologia da informação e serviços médicos”, descreveu Alaby. Também foram citados outros atrativos do país árabe para investidores, como o bom relacionamento com os vizinhos, a moderna rede de telecomunicações, a mão de obra qualificada, os custos de mão de obra baixos.
O encontro começou nesta terça-feira (1) e segue até hoje (2) com o tema “Investimentos na Jordânia: oportunidades promissoras”. Os organizadores são Liga dos Estados Árabes, União das Câmaras de Comércio, Indústria e Agricultura dos Países Árabes, Corporação Árabe de Garantia ao Crédito para Investimento e Exportação e Câmara de Comércio da Jordânia. Além de representantes de países árabes, participam da conferência australianos, norte-americanos, gregos, belgas, franceses, austríacos e alemães.

